São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2010

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Crítica/show

Franz Ferdinand faz celebração pop de quase duas horas

Quarteto escocês emendou sequência de hits empolgantes em uma apresentação para 6.000 pessoas no Via Funchal

Adriano Vizoni/Folha Imagem
O escocês Alex Kapranos, em show
anteontem em São Paulo


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Alex Kapranos, o vocalista, faz o público bater palmas, mexer os braços. Nick McCarthy, o guitarrista, vai de um lado a outro do palco, faz pose de guitar hero.
Esse é o Franz Ferdinand 2010, uma banda que deixou de ser indie e não tem vergonha de abraçar o pop.
Talvez seja essa a diferença do Franz para grupos como Bloc Party, Futureheads e tantos outros que nos surpreendem no primeiro disco e, depois, perdem-se em experimentações estéreis, tornam-se arrogantes e irrelevantes ao se fechar ao grande público.
Não o Franz Ferdinand. Esses quatro escoceses querem armar uma festa e colocar todo mundo lá dentro. Todos estão convidados. E foi como uma celebração o show que o grupo protagonizou anteontem no Via Funchal, em São Paulo.
(Um parênteses. Tudo bem que o lugar estava lotado, com 6.000 pessoas, mas o Via Funchal estava absurdamente quente. Esqueceram de ligar o ar condicionado? E não dá para melhorar o sistema de funcionamento dos bares? Por que tanta fila para comprar fichas e para pegar bebidas?)
Foi a quarta apresentação da banda em São Paulo e, mais uma vez, o FF mostrou que pouca gente tem uma apresentação tão alegre, empolgante, para cima, no rock de hoje.
Foram quase duas horas de show -duas horas podem tornar um show cansativo, arrastado, principalmente quando a banda despeja vários de seus hits na primeira metade da apresentação. O Franz Ferdinand fez isso, e não se deu mal. Nas dez primeiras músicas, o entusiasmo do público esteve no máximo. Mesmo com o som pessimamente equalizado (ouvia-se apenas médios e agudos; o grave, parece, foi dar um passeio com o ar condicionado), canções como "The Dark of the Matinée", "Tell Her Tonight", "No You Girls", "Can't Stop Feeling", "Do You Want To?", "Walk Away" e "Take Me Out" são boas demais até com um som não adequado.
Com uma sequência tão animada, há espaço para, depois, encaixarem uma faixa meio obscura, como "Shopping for Blood". Para "Outsiders", que fecha a primeira parte do show, uma bateria é colocada na frente do palco para ser martelada pelos quatro integrantes.
O grupo inicia o bis com um cover de "All My Friends", do LCD Soundsystem, uma das mais simples e perfeitas músicas dos anos 00. E "Lucid Dreams" encerra a festa do FF em clima psicodélico.


FRANZ FERDINAND

Avaliação: ótimo




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