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Festival reúne tradições musicais
Sampa Jazz apresenta desde sonoridades africanas a latino-americanas e européias, de hoje a sábado
CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Jazz europeu e norte-americano, ritmos afro-cubanos, música instrumental e folclórica
brasileira, vocais ao estilo sul-africano, world music improvisada. Diversidade musical não
falta ao Sampa Jazz, festival
que realiza sua primeira edição
na capital paulista, de hoje a domingo, no teatro São Pedro.
"Tenho a impressão de que
muros caíram nesses últimos
anos, na música. Agora estamos
construindo pontes", diz o pianista e compositor paulista Benjamim Taubkin, uma das atrações do evento. Taubkin quer
promover encontros entre instrumentistas e cantores de diversos países e tradições musicais.
Hoje, na abertura do evento, o
violoncelista e arranjador carioca Jaques Morelenbaum, integrante do Quarteto Jobim Morelenbaum e ex-colaborador de diversos astros da MPB, encontra-se com os músicos do Afreecanos
Quartet. Liderado pelo pianista e
compositor cubano Omar Sosa, o
grupo funde jazz, ritmos cubanos e música africana, com destaque para os vocais do senegalês
Mola Sylla.
Duas talentosas instrumentistas brasileiras se destacam no
programa de sexta-feira: a violonista Badi Assad e a percussionista Simone Sou (ex-Soul), que
comanda seu novo grupo, o Sim
One Sou. Elas vão dividir o palco
com a experiente guitarrista holandesa Corrie Van Binsbergen,
adepta das fusões eletrificadas
do jazz contemporâneo, que vem
acompanhada pela banda
CRAM.
No sábado, o mestre-de-cerimônias é o carioca Robertinho
Silva, baterista e percussionista
que já acompanhou inúmeros
astros da música brasileira e do
jazz. Comemorando 50 anos de
carreira, além de se exibir com
seu grupo, ele recebe no palco o
pianista norte-americano Warren Byrd e a trompetista holandesa Saskia Laroo, jazzista que já
foi comparada a ninguém menos
que Miles Davis.
Encontro
A noite de encerramento do
festival, no sábado, promove o
encontro de duas ricas tradições musicais: a brasileira e a
africana. Ao lado dos músicos,
cantores e dançarinos do Núcleo de Música do Abaçaí, o pianista Benjamim Taubkin recria
cirandas, sambas-de-roda e
congados, contando com um
convidado especial: o clarinetista Paulo Moura, expoente da
música instrumental.
Depois os brasileiros recebem o quarteto vocal Kholwa
Brothers, especialista em uma
das expressões musicais mais
características da África do Sul:
o canto "a capela", sem acompanhamento de instrumentos
musicais. Já conhecido do público paulistano, o grupo participou do espetáculo "Milágrimas", do coreógrafo Ivaldo Bertazzo, em 2005.
Taubkin comenta que, em
suas viagens com diversos grupos musicais, tem notado que
encontros como esse estão se
tornando freqüentes. "Hoje um
instrumentista sai da Índia para tocar com músicos tradicionais africanos. Ao me aproximar da música brasileira tradicional também encontrei uma
parte da alma do país".
SAMPA JAZZ
Quando: de hoje a sábado, às 21h; domingo, às 18h
Onde: teatro São Pedro (r. Barra Funda, 171, Barra Funda, tel. 3667-0499)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (estudantes)
Classificação indicativa: livre
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