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UNIVERSIDADE
Laboratório, com sede no departamento de história, terá pesquisadores da discriminação em diversas áreas
USP abre centro de estudos sobre a intolerância
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Entra em trabalho de parto na
tarde de hoje, em São Paulo, o primeiro centro de pesquisas brasileiro dedicado exclusivamente à
intolerância. O Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da
USP, que será aberto com uma série de atividades até quinta, nasce
com o objetivo de pesquisar todos
os tipos de discriminação, de modo multidisciplinar.
Criado por iniciativa da professora Anita Novinsky, do departamento de história da USP, o centro terá áreas fixas de pesquisa em
filosofia, geografia, antropologia e
linguística, mas começa com seu
núcleo na historiografia.
Novinsky começou a desenvolver o projeto após 11 de setembro.
"Ficou muito claro para mim,
mais uma vez, que nós intelectuais não temos nenhuma opção
se não estimular a pesquisa sobre
as diferenças que existem no
mundo e a necessidade de conviver com elas", diz a historiadora.
Para tanto, ela cedeu ao LEI a
maior parte do arquivo pessoal
que vem recolhendo em mais de
30 anos de pesquisas sobre a Inquisição e seus desdobramentos
no Brasil. Autora de oito livros sobre o tema -o último dos quais
trazendo levantamento sobre as
1.076 pessoas que ela diz terem sido perseguidas pelo Santo Ofício
no país-, ela disponibilizou mais
de 10 mil microfilmes de documentos que recolheu, além de
vasta hemeroteca sobre o assunto.
Os eventos desta semana, que
serão encerrados na quinta-feira
com conferência do ensaísta Sérgio Paulo Rouanet -e que incluem palestra de Jorge Werthein,
embaixador da Unesco, apoiadora do LEI-, mostram ainda outros trabalhos já em desenvolvimento, com destaque para as pesquisas sobre intolerância política
da professora Maria Luiza Tucci
Carneiro, da USP, uma das secretárias do laboratório.
ABERTURA DO LEI-USP. Quando: hoje,
a partir das 15h. Onde: anfiteatro de
história da USP (av. Prof. Lineu Prestes,
338, Cidade Universitária, tel. 3091-3760). Quanto: entrada franca.
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