São Paulo, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

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Recbeat paulistano vai de hoje a sábado

Sesc Pompéia recebe uma atração latina e uma pernambucana por noite; DJ Dolores fecha o evento

Marcelo Lyra/ Divulgação
A cantora de Pernambuco Catarina Dee Jah, que se apresenta amanhã

BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Logo após a Quarta-Feira de Cinzas, o Recbeat chega a São Paulo. O festival, que acontece há 14 anos durante o Carnaval recifense, traz à cidade, a partir de hoje, parte das atrações que se apresentaram no evento neste ano. Por aqui, o festival combina, a cada noite, atrações latino-americanas e pernambucanas, no palco da choperia do Sesc Pompeia (veja programação ao lado).
Além de trazer apresentações de Desorden Público (Venezuela), Bomba Estéreo (Colômbia) e Original Hamster (Chile), que vão do ska à música eletrônica, passando pela cumbia, o evento é uma rara chance de ver Helder Aragão, o DJ Dolores, em São Paulo.
O produtor faz, no sábado, show baseado em "1 Real", quase um ano após o lançamento do disco. "São Paulo é uma cidade que tem um gosto muito formatado, talvez exista uma certa rejeição", afirma Dolores, sobre os poucos convites para tocar na cidade.
"O povo que gosta de eletrônica acha que [meu trabalho] tem muitos outros elementos, de rock, de música regional; que não é música eletrônica exatamente. E quem quer rock acha muito eletrônico. Mas, para mim, esse é o espírito da geração a que eu pertenço, do mangue beat. A ideia é ter tudo ao mesmo tempo agora", diz.
Desde seu primeiro disco, "Contraditório" (2002), Dolores vem trabalhando em um fusão de ritmos regionais brasileiros, da ciranda ao brega, com variações da música eletrônica. Como DJ, investe na pesquisa de ritmos periféricos, como o tecnobrega paraense e o kuduro angolano. "Meu trabalho é muito híbrido. No show atual, a gente tem de cover de Jackson do Pandeiro a "Seven Nation Army", dos White Stripes, com riff de jazz etíope", diz.

Banda "mais pesada"
Para o show de "1 Real", com o qual Dolores fez duas turnês europeias no ano passado, o produtor montou uma nova banda "bem mais para pista, bem mais pesada". Uma das principais mudanças foi a saída de Isaar, cantora com um timbre de voz peculiar que acompanhava Dolores desde "Contraditório". Isaar foi substituída pelo cantor Junior Black, para acrescentar melodia ao show deste seu terceiro disco, que é focado em canções.
Dolores segue ainda com outros projetos. Após assinar, no ano passado, a direção de "Música Magneta", disco duplo que reuniu mestres da guitarrada nortista com músicos da Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A, ele prepara uma parceria "séria" com o percussionista Naná Vasconcelos.
"Depois do Carnaval, começaremos a trabalhar em um show juntos", conta. "A receptividade é incrível: a gente só anunciou isso e já começaram a aparecer datas. E a gente nem sabe o que vai fazer."

Catarina Dee Jah
Além de DJ Dolores, a versão paulista do Recbeat traz de Recife a dupla eletrônica e experimental Julia Says e a cantora Catarina Dee Jah.
"Catarina está causando um certo frisson porque ela sempre foi da galera e se revelou cantora há muito pouco tempo, e de língua afiadíssima", conta Dolores. "Ela tem uma postura forte, com bastante personalidade. E esse mundo do Recife é bastante masculino, tem poucas mulheres, ainda mais falando de relacionamento e sexo."


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