São Paulo, domingo, 26 de março de 2006

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É TUDO VERDADE/"AMANDO MARADONA"

Na tela, Maradona vence Pelé

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A rtista com a bola, espontâneo em lágrimas e declarações, Diego Armando Maradona sempre foi um personagem atraente. Nenhuma comemoração de gol sua -repito: NENHUMA- é desprovida de drama.
Jogou bola como um mártir das favelas portenhas, vingou a derrota argentina nas Malvinas com um gol de rara beleza e outro de mão, que valeu como uma cusparada em Margaret Thatcher. Por ser incômodo e frágil nos vícios, a Fifa o eliminou do futebol sumariamente. Sua vida era um filme, sem dúvida, à espera do diretor.
Javier Vázquez se desincumbiu dessa tarefa, explicando não só fatos da vida como o impacto que causou. Daí surge "Amando Maradona" no Foco Latino-Americano do festival É Tudo Verdade (veja o quadro ao lado).
Por exemplo, o filme reúne pelo menos 500 pessoas que tatuaram efígies do jogador na pele, e registra a "Igreja Maradoniana", que celebra o Natal no dia 30 de outubro -data do nascimento dele.
No mínimo, Vázquez obteve um filme mais interessante que "Pelé Eterno", de que sempre se criticou as declarações insossas. Por mais que o filme de Aníbal Massaini seja antológico em imagens de arquivo, falta-lhe espontaneidade. "Amando Maradona" é tão empolgante que não fica restrito à plástica dos gramados.
Superbem-humorado, com edição ágil, computações hilariantes, Vázquez soube contar a lenda de Maradona para todos. Ganha a platéia nos depoimentos, comove, eletriza e entretém.
Maradona era um jogador que tinha no seu futebol os dons dos melhores bailarinos. Agilidade. Eloqüência facial. Precisão nos movimentos. Argentino ou não, fica fácil amá-lo após o filme.


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