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É TUDO VERDADE/"AMANDO MARADONA"
Na tela, Maradona vence Pelé
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A rtista com a bola, espontâneo em lágrimas e declarações, Diego Armando Maradona
sempre foi um personagem
atraente. Nenhuma comemoração de gol sua -repito: NENHUMA- é desprovida de drama.
Jogou bola como um mártir das
favelas portenhas, vingou a derrota argentina nas Malvinas com
um gol de rara beleza e outro de
mão, que valeu como uma cusparada em Margaret Thatcher. Por
ser incômodo e frágil nos vícios, a
Fifa o eliminou do futebol sumariamente. Sua vida era um filme,
sem dúvida, à espera do diretor.
Javier Vázquez se desincumbiu
dessa tarefa, explicando não só fatos da vida como o impacto que
causou. Daí surge "Amando Maradona" no Foco Latino-Americano do festival É Tudo Verdade
(veja o quadro ao lado).
Por exemplo, o filme reúne pelo
menos 500 pessoas que tatuaram
efígies do jogador na pele, e registra a "Igreja Maradoniana", que
celebra o Natal no dia 30 de outubro -data do nascimento dele.
No mínimo, Vázquez obteve
um filme mais interessante que
"Pelé Eterno", de que sempre se
criticou as declarações insossas.
Por mais que o filme de Aníbal
Massaini seja antológico em imagens de arquivo, falta-lhe espontaneidade. "Amando Maradona"
é tão empolgante que não fica restrito à plástica dos gramados.
Superbem-humorado, com edição ágil, computações hilariantes,
Vázquez soube contar a lenda de
Maradona para todos. Ganha a
platéia nos depoimentos, comove, eletriza e entretém.
Maradona era um jogador que
tinha no seu futebol os dons dos
melhores bailarinos. Agilidade.
Eloqüência facial. Precisão nos
movimentos. Argentino ou não,
fica fácil amá-lo após o filme.
Avaliação:
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