São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

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Ousado, pianista Vitor Araújo toca na Virada

Pianista pernambucano de 18 anos mostra repertório com clássicos, MPB e rock

Show pode ser visto hoje, na programação da Virada Cultural; entre referências, músico cita Villa-Lobos e Cordel do Fogo Encantado


Divulgação
O pernambucano Vitor Araújo, que se apresenta em SP

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Vitor Araújo, 18, já conhece as dificuldades de carregar um piano. Quando desceu do palco do Festival Abril pro Rock, em Recife, há duas semanas, estava conformado.
"Acho que fiz o melhor que podia, não dava para ouvir nada do que estava tocando", disse o pianista, que toca hoje de graça, às 23h, no palco Piano na Praça, dentro da Virada Cultural, na pça. Dom José Gaspar.
Seu show estava anteriormente programado para o palco da Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes, da qual o Abril pro Rock faz parte), porém mais uma vez o piano foi o problema. "Eles tiveram dificuldade de pôr o piano lá, então ele teve de mudar de palco", afirmou seu pai e produtor, Túlio Montenegro.
Em Recife, foi de fato um show difícil para artista e público, devido aos problemas de som -uma insistente microfonia quando atacava as partes mais graves, uma dificuldade em ouvir agudos a mais de três metros dos amplificadores-, mas a marca do pianista pernambucano foi deixada ali.
Araújo tocou por cerca de meia hora peças do repertório de seu CD e DVD ao vivo, lançado pela Deckdisc. Inclusos estão o frevo "Último Dia", de Levino, "Samba e Amor", de Chico Buarque, e a sempre comentada versão bachiana de "Paranoid Android", do Radiohead -como se já não tivesse havido mérito suficiente em perverter as outras. Há também uma bela composição própria de Araújo, "Valsa pra Lua".
Com toda a juventude e atitude pouco ortodoxa -o que o leva a comparações com outro "enfant terrible" do piano, Jamie Cullum- Araújo tem mão pesada e reconhece.
"Quando dou o primeiro esbarrão, fico irritado. Dá vontade de parar tudo." Fã de referências díspares, que vão de Villa-Lobos a Cordel do Fogo Encantado, passando por Egberto Gismonti ("Menos a parte de sintetizadores, que eu não gosto", declara) e Naná Vasconcellos, o pernambucano só lamenta não ter conseguido uma grande versão na obra de outro ídolo, Tom Jobim.
"Sempre que eu tento alguma coisa, não parece que eu cheguei a uma variação pessoal. Parece que não dá para mexer", fala, com uma humildade que não o impede de mostrar que sabe bem o que quer.
Para quem gostar da performance, outra boa chance de conferir o talento de Vitor Araújo pode ser amanhã, no Auditório Ibirapuera, às 18h, com entrada a R$ 30.


VITOR ARAÚJO
Quando: hoje, às 23h
Onde: palco Piano na Praça: pça. Dom José Gaspar, centro
Quanto: entrada franca



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