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MÚSICA
Espaço Cultural Traço de União, em Pinheiros, reúne convidados bambas em programação voltada a "brasilidades"
Figurões ilustram roda de samba em galpão
ADRIANA FERREIRA
DO GUIA DA FOLHA
Foi lá que Beth Carvalho comemorou seu aniversário, em maio
último. É lá que o violonista virtuose do momento, o gaúcho Yamandú Costa, costuma dar canjas
quando está em São Paulo. E foi lá
também que, na última sexta-feira, dia 18, o bamba Wilson das
Neves cantou músicas lindas de
sua autoria, como "O Samba É
Meu Dom".
O lugar onde tudo isso anda
acontecendo é um galpão sem luxo nenhum, mas bem arrumadinho, escondido atrás do largo da
Batata, em Pinheiros, onde, desde
o fim do ano passado, funciona o
Espaço Cultural Traço de União.
A fama se fez no boca a boca,
graças à caprichada programação
que já trouxe figurões, entre eles,
Dona Ivone Lara, Luiz Carlos da
Vila e Walter Alfaiate, além de novatos, como os rapazes do Quinteto em Branco e Preto.
"Queremos mostrar o samba e o
choro de boa qualidade, seja ele
feito pela nova geração ou pela velha guarda", conta a carioca Cidinha Zanon, 47, que criou o espaço
com o marido, João Paulo Pinheiro, e outros cinco sócios.
O grupo freqüenta encontros de
samba de raiz há pelo menos dez
anos, e a falta de um lugar para as
reuniões acabou levando à criação do Traço de União.
Programação
A roda de samba é o xodó da casa e rola às quintas, com os cantores Graça Braga, Daise do Banjo e
Odair Meneses.
Aos sábados, o pagode começa
às 14h, com uma feijoada que, ao
longo da tarde, se transforma em
um animado sambão, freqüentado por famílias, estudantes e com
integrantes de escolas de samba
dançando entre as mesas do salão. Esse é o dia em que as apresentações recebem reforços, como o da carioca Dorina, convidada do próximo dia 10.
As sextas são refinadas. O público é de gente mais velha, e o repertório, de samba, choro e MPB, é
executado por uma banda em que
tocam instrumentistas talentosos,
como o violonista Alessandro Penezzi e o percussionista Da Lua,
que integra a banda da cantora
Maria Rita, entre outros. Também é a noite das atrações especiais, como o duo de violonistas
Euclides Marques e Luizinho 7
Cordas, escalados para a próxima
semana (dia 2).
O calendário de julho tem ainda
o lançamento do disco da pastora
portelense Tia Surica, agendado
para o dia 16.
As rodas de samba são só o começo. O Traço de União ambiciona promover outras atividades,
desde que elas sejam de "brasilidades", por exemplo, a exibição
de documentários, como o "Sambistas", de Cristina Queiroz, Laura Navajas e Teresa Almeida, que
ocorreu no início deste ano. "Estão nos planos promover exposições e também montar uma discoteca", afirma Cidinha Zanon.
ESPAÇO CULTURAL TRAÇO DE UNIÃO.
Onde: r. Claudio Soares, 73, Pinheiros, tel.
3031-8065). Quando: qui. e sex.: a partir
das 21h30; sáb.: a partir das 13h30.
Quanto: couv. art. de R$ 15 a R$ 20.
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