São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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SHOW
Cantora mineira de 53 anos se apresenta sozinha pela primeira vez numa grande casa de espetáculos da cidade
Wanderléa estréia solo no Tom Brasil

Eliane Coster/Folha Imagem
A cantora Wanderléa, que faz shows no fim-de-semana em São Paulo


da Reportagem Local

Pela primeira vez, hoje à noite, a ex-musa da jovem guarda Wanderléa, 53, sobe como artista solo ao palco de uma grande casa de espetáculos de São Paulo, o Tom Brasil, onde faz temporada de dois dias, hoje e amanhã.
"Já fiz shows que eram fechados para o público, no Palace e no Olympia, e participei do show dos 30 anos da jovem guarda, no Tom Brasil. Sozinha, é a primeira vez", ela conta.
Por que demorou e por que agora vai acontecer afinal, ela não se esforça muito para entender: "É um troféu. Tem essa coisa de estar aparecendo de novo na mídia. O show da Rita Lee no Ibirapuera, do qual participei por convite dela, fez muito sucesso".
Mas a cantora mineira não deixa de tirar uma casquinha, sem meias palavras: "Espero que renda finalmente o presente que espero, de fazer um acústico na MTV. Estamos negociando".
Enquanto seu lobo não vem -a MTV, até o fechamento desta edição, não confirmou nem negou as negociações-, as noites de hoje e amanhã são de jovem guarda -mas não só.
"O que vai rolar é meu show solo mesmo, que venho sempre fazendo por aí. Tem as baladas da jovem guarda, o lado teatral, os acústicos todos", enumera.
Do "lado teatral" devem sair os clássicos nonsense de jovem guarda, tipo "Pare o Casamento", "Prova de Fogo" -dos álbuns que lançou nos anos 60, alguns relançados em CD no ano passado-, recriações de temas do repertório anos 60 de Roberto Carlos e Erasmo Carlos (com quem formou o tripé central da jovem guarda) -"Eu Sou Terrível", "Negro Gato", "Minha Fama de Mau", "Nossa Canção", "Não Quero Você Triste"- e... chorinho.
"Meu repertório é mais diversificado do que as pessoas imaginam. Devo cantar "O Que Vier Eu Traço" e "Escandalosa", que Emilinha Borba cantava. É um lado menos conhecido meu."
A referência é à hoje obscurecida fase anos 70 da cantora, em que interpretou, em discos como "Wanderléa Maravilhosa" (72), "Feito Gente" (75) e "Vamos Que Eu Já Vou" (77, em parceria com o instrumentista Egberto Gismonti), sambas, marchinhas, soul e repertório dos "malditos" Walter Franco, Jorge Mautner e Luiz Melodia.
"De certa forma, vai ser um resgate também da fase "Maravilhosa", que pouca gente conhece. Mas não vou deixar os rocks e as baladas de lado", ela diz, prometendo também "Menino Bonito", "Foi Assim" e outras melôs.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


Show: Wanderléa Onde: Tom Brasil (R. Olimpíadas, 66, Vila Olímpia, tel. 011/820-2326) Quando: hoje, às 22h, e amanhã, às 20h Quanto: de R$ 25 a R$ 45

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