São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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LEITURA DRAMÁTICA

Projeto no Sesc Vila Mariana tem seis peças do autor irlandês

Ciclo une 12 grupos em torno de Bernard Shaw

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Do drama que ataca a indústria bélica à comédia sobre o amor e os preconceitos da sociedade, o dramaturgo e ensaísta irlandês Bernard Shaw (1856-1950) nunca foi de meios-tons. Seu teatro de idéias é crítico, mordaz e luminar em tempos de incertezas.
Uma janela para esse clássico da dramaturgia é aberta hoje por meio do ciclo "Bernard Shaw: Um Porto de Passagem", idealizado pela cia. Coisa Boa e realizado pelo Sesc Vila Mariana.
Trechos de seis peças-chave de Shaw ganham leituras encenadas na sala Corpo & Artes, espaço que o Sesc Vila Mariana passa a destinar a experimentos cênicos.
A cada encontro, dois grupos assumem uma passagem cada um da peça escolhida, conforme a curadoria do pesquisador Wellington Andrade.
Na primeira noite, Parlapatões, Patifes & Paspalhões e Núcleo Bartolomeu de Depoimentos fazem a leitura encenada de "Volta de Matusalém" (1922), na qual o autor cria uma parábola sobre a evolução da humanidade, do jardim do Éden ao ano 31.920.
Amanhã, Bendita Trupe e cia. São Jorge de Variedades apresentam suas versões para cenas de "Santa Joana" (1922), a tragédia de Joana d'Arc sob a perspectiva de Shaw (quando a inteligência é sacrificada pelo poder, não importa a época).
Todas as leituras são apreciadas por pesquisadores. Hoje, fala o filósofo George Barcat; amanhã, a professora da USP Maria Sílvia Betti. O ciclo vai até 17/11, sempre às terças e quartas-feiras.
"A idéia é que cada grupo se apodere do texto de acordo com a linguagem de cada um", afirma a atriz Magali Biff, da cia. Coisa Boa. São 12 grupos paulistanos, com exceção da Sutil Cia. de Teatro, sediada em Curitiba.
A Sutil vem com "Don Juan", que cogita montar, uma das cinco histórias da peça "Homem Super-Homem" (1905). O grupo Tapa, que já montou "Major Barbara" (1905) e lê cena desta no ciclo, deseja montar "A Casa do Coração Partido" (1920).
E a própria Coisa Boa quer montar "A Profissão da Sra. Warren" (1898). A cia. é formada pela diretora Dedé Pacheco, pelas atrizes Biff e Maria Tendlau e pelo pesquisador Andrade.


BERNARD SHAW: UM PORTO DE PASSAGEM - Ciclo de dramaturgia. Abre hoje, às 20h; sempre às ter. e qua., às 20h. Até 17/11. Onde: Sesc Vila Mariana -sala Corpo & Artes (r. Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/5080-3000. Ingr.: R$ 5)


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