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LEITURA DRAMÁTICA
Projeto no Sesc Vila Mariana tem seis peças do autor irlandês
Ciclo une 12 grupos em torno de Bernard Shaw
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Do drama que ataca a indústria
bélica à comédia sobre o amor e
os preconceitos da sociedade, o
dramaturgo e ensaísta irlandês
Bernard Shaw (1856-1950) nunca
foi de meios-tons. Seu teatro de
idéias é crítico, mordaz e luminar
em tempos de incertezas.
Uma janela para esse clássico da
dramaturgia é aberta hoje por
meio do ciclo "Bernard Shaw: Um
Porto de Passagem", idealizado
pela cia. Coisa Boa e realizado pelo Sesc Vila Mariana.
Trechos de seis peças-chave de
Shaw ganham leituras encenadas
na sala Corpo & Artes, espaço que
o Sesc Vila Mariana passa a destinar a experimentos cênicos.
A cada encontro, dois grupos
assumem uma passagem cada
um da peça escolhida, conforme a
curadoria do pesquisador Wellington Andrade.
Na primeira noite, Parlapatões,
Patifes & Paspalhões e Núcleo
Bartolomeu de Depoimentos fazem a leitura encenada de "Volta
de Matusalém" (1922), na qual o
autor cria uma parábola sobre a
evolução da humanidade, do jardim do Éden ao ano 31.920.
Amanhã, Bendita Trupe e cia.
São Jorge de Variedades apresentam suas versões para cenas de
"Santa Joana" (1922), a tragédia
de Joana d'Arc sob a perspectiva
de Shaw (quando a inteligência é
sacrificada pelo poder, não importa a época).
Todas as leituras são apreciadas
por pesquisadores. Hoje, fala o filósofo George Barcat; amanhã, a
professora da USP Maria Sílvia
Betti. O ciclo vai até 17/11, sempre
às terças e quartas-feiras.
"A idéia é que cada grupo se
apodere do texto de acordo com a
linguagem de cada um", afirma a
atriz Magali Biff, da cia. Coisa Boa.
São 12 grupos paulistanos, com
exceção da Sutil Cia. de Teatro, sediada em Curitiba.
A Sutil vem com "Don Juan",
que cogita montar, uma das cinco
histórias da peça "Homem Super-Homem" (1905). O grupo Tapa,
que já montou "Major Barbara"
(1905) e lê cena desta no ciclo, deseja montar "A Casa do Coração
Partido" (1920).
E a própria Coisa Boa quer
montar "A Profissão da Sra. Warren" (1898). A cia. é formada pela
diretora Dedé Pacheco, pelas atrizes Biff e Maria Tendlau e pelo
pesquisador Andrade.
BERNARD SHAW: UM PORTO DE
PASSAGEM - Ciclo de dramaturgia. Abre
hoje, às 20h; sempre às ter. e qua., às
20h. Até 17/11. Onde: Sesc Vila Mariana
-sala Corpo & Artes (r. Pelotas, 141, tel.
0/xx/11/5080-3000. Ingr.: R$ 5)
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