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VISUAIS
"Genius Loci - O Espírito do Lugar" une cerca de 60 nomes em pontos de Higienópolis, Santa Cecília e Vila Buarque
Exposição espalha artistas pelo centro
ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO
O nome em latim, "Genius Loci", pode soar um pouco pomposo inicialmente, mas seu significado, "espírito do lugar", reflete a
inspiração de uma mostra que envolve três bairros inteiros por
meio de lugares tão diferentes como uma oficina mecânica, um bar
e uma biblioteca.
"Genius Loci - O Espírito do Lugar" vai ser lançada hoje, às 11h,
na biblioteca Monteiro Lobato e
engloba cerca de 60 artistas e 30
instituições nos bairros de Higienópolis, Santa Cecília e Vila Buarque, na área central da cidade.
"É uma região de fronteira, que
reúne uma área de classe média
culta, como Higienópolis, e uma
região muito degradada, como a
Boca do Lixo. A idéia era a de criar
um circuito cultural que englobasse, que não dividisse, que estabelecesse um trânsito de uma parte para outra", afirma Lorenzo
Mammì, diretor do Centro Universitário Maria Antonia.
Nascida no ano passado, a idéia
uniu esforços das instituições culturais do bairro e ganhou apoio
de pontos comerciais, como a oficina Mecânica do Garcia, o estacionamento Mac e o bar Lanches
Alvorada, que já expõe obras do
artista plástico Rodrigo Andrade
desde 2001 e serviu de inspiração
ao projeto, segundo Mammi.
"É uma idéia simples e imediata. Foi a partir dessa discussão, sobre o que os artistas estavam trabalhando, as iniciativas da 10,20 x
3,60 [galeria também inaugurada
em 2001", algumas intervenções
de estudantes da Faap, um interesse geral, que nasceu a vontade
de concentrar esses esforços e de
fazer com que o bairro seja caracterizado como um bairro de produção cultural."
Esforços, aliás, que mereceram
o apoio de artistas. Um dos trunfos da mostra é reunir gente já estabelecida, como Carmela Gross,
Dudi Maia Rosa e Laura Vinci, e
quem está começando.
"As pessoas toparam com muita facilidade, gostaram da idéia.
No começo, a gente tinha a preocupação de misturar [artistas jovens e veteranos" para dar um
certo peso à iniciativa", explica.
Quanto à escolha dos artistas,
diz que "foi meio espontânea; não
tem uma curadoria formal. O
Marcos Moraes [coordenador do curso de artes plásticas da Faap]
coordenou mais a Faap, e eu chamei algumas pessoas, que fizeram
propostas. A gente está desacostumado com isso, mas as artes
dos anos 60 não dependiam de
curadoria formal. É uma dimensão que precisa ser recuperada".
A espontaneidade da curadoria
está também no término da mostra. "As instituições podem continuar ou não com as exposições,
fechar e não ter mais a experiência", diz Mammì, que, no entanto,
espera "ter semeado algo que possa continuar".
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