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Sibelius é homenageado
em dois concertos em SP
Finlandês está nos programas da OER e da Osusp
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
O compositor Jean Sibelius
(1865-1957) é um grande injustiçado. Não estaria mais na moda, como se música de qualidade se sujeitasse a modismos.
Pois dois concertos, hoje com a
Orquestra Experimental de Repertório e na terça com a Sinfônica da USP, lembram em São
Paulo os 50 anos de sua morte.
A Experimental se apresenta
às 11h no Teatro Municipal, sob
a direção de Ligia Amadio, regente da Orquestra Sinfônica
Nacional. Ela fará de Sibelius a
"Sinfonia nº 1" (1900), "O Cisne
de Tuonela" (1893) e o conhecido "Concerto para Violino e Orquestra" (1905), tendo como
solista Liza Ferschtman.
O concerto da Osusp, na Sala
São Paulo, trará do compositor
finlandês a "Sinfonia nº 2"
(1902). O programa, regido por
Carlos Moreno, também inclui,
de Mário Ficarelli, "Transfigurationes", e, de Serguei Prokofiev, o "Concerto nº 3", com a
pianista Sylvia Thereza.
Mas vejamos Sibelius. Sua
música lembra um pouco as
imagens em três dimensões,
em que cada plano é transparente em relação ao outro, o
que fornece uma nitidez extraordinária das células temáticas que ele vai aos poucos justapondo até chegar a um enunciado completo. Ele também
"falava" a linguagem sinfônica
do romantismo.
Pesquisa em Nova York em
1937 o apontava como o mais
popular dos compositores
-mais que Mozart ou Beethoven. Era intensamente divulgado por maestros como Eugene
Ormandy e Leopold Stokowski.
Sibelius compôs até por volta
de 1927, quando estava com 62
anos. Os 30 anos seguintes foram de um constrangedor silêncio, em que ele esboçou uma
última sinfonia, a "Oitava", que
ele próprio destruiu.
O jornal britânico "The Independent" argumenta que o
compositor decaiu por três sucessivas razões. O alcoolismo o
esterilizava em termos criativos. Sua estética, a seguir, fascinava Hitler e o 3º Reich, que o
condecorou em 1935. Goebbels
criou em 1942 a Sociedade Sibelius da Alemanha. Ele se deixou passivamente bajular, embora não fosse nazista, segundo
Erik Tawaststjerna, seu mais
respeitado biógrafo.
Por fim, Sibelius se tornou o
alvo de Theodor Adorno, filósofo alemão que valorizou as
vanguardas do século 20 e desqualificou compositores leais
ao tonalismo neo-romântico.
ORQUESTRA EXPERIMENTAL
DE REPERTÓRIO
Quando: hoje, às 11h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos
de Azevedo, s/nº, tel. 3222-8698)
Quanto: de R$ 5 a R$ 10
SINFÔNICA DA USP
Quando: terça, às 21h
Onde: Sala São Paulo, (pça. Júlio Prestes, s/nº, tel. 3223-3966)
Quanto: de R$ 12 a R$ 100
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