DA REPORTAGEM LOCAL

Quem freqüenta cineclubes talvez já saiba de cor cada diálogo dos filmes de Wong Kar-wai que estão novamente em ciclo, desta vez no Cine Olido. Mas reside aí o interesse por uma revisão, já que se trata de um cineasta obcecado pelo tempo, por ciclos que se repetem e desencontros amorosos.
Egresso da segunda geração da chamada nouvelle vague de Hong Kong, Kar-wai levou questionamentos referentes à identidade nacional para um nível mais pessoal, em que a modernidade vem conectada com as incertezas do futuro, em confronto com a nostalgia por idealizados tempos passados.
É assim em "Amores Expressos", que tornou o cineasta cultuado no Ocidente, e em seu duplo, "Anjos Caídos", ambos com pequenas crônicas poéticas sobre a impossibilidade do encontro amoroso em uma grande cidade. O reencontro, lembra Kar-wai, seja de dois homens que se amam, seja de Hong Kong com a China, vem em caminhos tortuosos, como mostra "Felizes Juntos", enquanto "Amor à Flor da Pele" e "2046" vêem o amor como um fantasma sedutor. São filmes que o público já conhece bem; o que falta é uma retrospectiva completa, com filmes como "Days of Being Wild". (BYS)

O CINEMA DE WONG KAR-WAI
Quando: de hoje a 2/7
Onde: Cine Olido
Quanto: entrada franca

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