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Fenômeno da net chega ao cinema
Festival de Curtas de SP apresenta "Tapa na Pantera", filme dirigido por Esmir Filho que faz sucesso no site YouTube
"Alguma Coisa Assim", do mesmo diretor, também tem exibição na mostra; roteiro do curta foi premiado em Cannes
Lenise Pinheiro/Folha Imagem
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A "equipe": Esmir (à esq.), Maria Alice, Mariana e Rafael |
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Tapa na Pantera" é o trabalho mais visto de Esmir Filho
(dirigido em parceria com Mariana Bastos e Rafael Gomes).
O mais premiado é "Alguma
Coisa Assim", que será exibido
amanhã no 17º Festival Internacional de Curtas de São Pa...
Esmir?! Alguma o quê?
Melhor começar assim:
A atriz Maria Alice Vergueiro, 71, mais de 50 anos de teatro
e atuações em montagens históricas como o "Rei da Vela",
"Galileu Galilei" e "Mãe Coragem", está prestes a fazer um
"teste na Globo".
A gravação deve virar o terceiro capítulo da saga iniciada
com "Tapa na Pantera", curta
cômico-caseiro que catapultou
Maria Alice ao posto de vovó
maconheira mais amada da net.
O segundo episódio é "Entrevista com a Pantera".
"Tivemos mais de um milhão
de acessos até agora
(www.youtube.com) e, no Orkut, já existem comunidades
como "Eu quero Maria Alice de
Avó" e "Maria Alice para Presidente'", comemoram os diretores da obra, na qual a atriz explica por que fuma maconha
-ou dá um "tapa na pantera",- diariamente.
Pronto: Esmir, 23, co-diretor
do curta que virou cult-instantâneo, é sucesso também lá fora, mas com outro filme.
"Alguma Coisa Assim", de 15
minutos, recebeu este ano em
Cannes, na Semana da Crítica,
o prêmio de melhor roteiro.
O enredo: Caio (André Antunes) e Mari (Caroline Abras),
17, são um casal de "ficantes"
que sai pela noite atrás de experiências novas e vai parar em
uma megabalada gay. Mentem
a idade para a hostess, bebem
demais e dançam muito, até
que um outro garoto começa a
azarar Caio.
Levianamente, Mari o estimula a corresponder. Ele resiste, mas não muito: acaba indo lá, beijando o garoto e se descobrindo. Crise.
"São idéias simples sobre sexualidade, descobertas e dúvidas, que eu roteirizei", explica Esmir.
Ele diz que não se trata de
um "filme para adolescentes",
mas reconhece que, por ser jovem, pode falar com propriedade sobre um casal de 17. "Um
diretor mais velho talvez desse
um tom nostálgico", acha ele,
que gastou R$ 80 mil entre
produção e filmagem.
A crise do casal é resolvida
com muitas imagens e poucas
palavras. Tipo videoclipe.
"Usei propositalmente uma
linguagem de clipe, no início,
para apresentar os personagens e atrair o público jovem."
A conversa sobre os dois filmes acontece na casa de Maria
Alice, em Higienópolis, na presença dos três diretores -Esmir, que assinou com Mariana a direção de "Alguma Coisa..", é
o primeiro a sair, porque, com
tanta visibilidade, anda correndo de entrevista em entrevista.
O restante da equipe do "Tapa" fica e se entrega a elucubrações sobre a imensa repercussão do curta, ganhador de três
Kikitos em Gramado.
"A gente deve continuar com
outros episódios, mas não queremos desgastar a fórmula",
explica Mariana.
Além de "Teste na Globo", o
grupo cogita os capítulos "Maria Alice para Presidente" e "A
Pantera Entra no Século 21".
Maria Alice ("ainda não caí
em si") diz:
"Quando me assisto, não me
vejo como em um vídeo na festa de casamento da prima. Vejo
algo épico, um personagem
mesmo. Foi como ficar pelada
em "O Rei da Vela". Não sou do
tipo que diz: "Vamos todo mundo ficar pelado!!" e tira a roupa,
entende? Preciso entrar em
um transe criativo", explica a
atriz, aparentemente sóbria,
apesar da larica, entre um pedaço e outro de uma deliciosa
torta-sorvete de três andares.
TAPA NA PANTERA
Quando: amanhã, às 16h, no Cinesesc
ALGUMA COISA ASSIM
Quando: quarta, às 18h, no CCSP
Quanto: entrada franca
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