São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2007

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Hampson canta Mahler na Sala SP

Barítono americano apresenta-se como solista, ao lado de orquestra sob a batuta de Philippe Jordan

Divulgação
O barítono Thomas Hampson, que se apresenta na Sala SP


IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ele teve uma desgastante espera no aeroporto entre São Paulo e Rio, e logo que chegou ao Brasil, na sexta-feira, ficou de cama, vítima de conjuntivite. Mas, ao que tudo indica, a voz de Thomas Hampson está em ordem para os concertos de hoje e amanhã, na série da Sociedade de Cultura Artística.
Aos 52, o norte-americano é um dos barítonos mais aclamados da atualidade, referência como Don Giovanni (Mozart) e requisitado em papéis verdianos como Simon Boccanegra e Macbeth.
Hampson mostra por aqui, contudo, não seus dotes na ópera, e sim as credenciais (timbre cheio e uniforme e atenção ao significado do texto) que o fizeram conhecido como grande especialista no compositor austríaco Gustav Mahler (1860-1911).
Radicado há duas décadas em Viena, a cidade mais emblemática da trajetória de Mahler, o barítono tem se destacado não apenas como intérprete, mas ainda como pesquisador do universo do autor, tendo sido co-editor da edição crítica de suas canções.
E são algumas das canções sobre textos de "Des Knaben Wunderhorn" ("A Trompa Mágica do Menino", coletânea de poesia germânica de sabor folclórico editada no início do século 19) que ele interpreta à frente da Orquestra Jovem Gustav Mahler (fundada em 1986 pelo maestro italiano Claudio Abbado, 74), que no Brasil estará sob a batuta do suíço Philippe Jordan, 33, principal regente convidado da Staatsoper, de Berlim.
"A rigor, não se pode chamar "Wunderhorn" de ciclo, porque Mahler não concebeu as obras como um todo orgânico, que devesse ser interpretado em uma ordem fixa", explica Hampson. "Vou cantar uma seleção, formando um todo que mostre a diversidade das obras, mas que também tenha coerência interna."

Strauss e Stravinski
Se o programa de hoje será complementado por uma das mais monumentais sinfonias de Mahler -a sexta, conhecida como "Trágica"-, o repertório de amanhã traz "Morte e Transfiguração", de Richard Strauss (1864-1949), e "A Sagração da Primavera", de Igor Stravinski (1882-1971).

THOMAS HAMPSON
Onde:
Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nš; tel. 3223-3966)
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Quanto: de R$ 120 a R$ 280 (R$ 10 para estudantes até 30 anos, meia hora antes dos concertos)


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