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Com néon colorido, coletivo refaz pichação da Bienal em galeria
Membros do avaf homenageiam invasores com mostra na Casa Triângulo
SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL
Os desenhos dos pichadores
no andar vazio da Bienal, apagados por funcionários do pavilhão, vão ganhar uma versão
em néon na galeria Casa Triângulo, em mostra aberta hoje.
A idéia é dos artistas Eli Sudbrack e Christophe Pierson,
juntos no coletivo assume vivid
astro focus, que, por acaso,
também participa da Bienal
-vão levar um carro alegórico
ao pavilhão e fazer uma festa de
encerramento da mostra.
"Queríamos fazer uma homenagem às pessoas que questionaram o elitismo da Bienal",
conta Sudbrack à Folha. "A pichação foi a melhor coisa que
aconteceu naquele prédio, e
achamos que ela deveria ter sido mantida lá, não apagada."
Sudbrack e Pierson pintaram
de vermelho, azul, verde e cinza as paredes do segundo andar
da galeria. Numa delas, está
uma instalação em néon que
reproduz o logotipo usado pelo
grupo de pichadores que invadiu a Bienal no dia da abertura.
"Nosso trabalho é um protesto contra apagar aquele símbolo, porque o que eles estão
pedindo, de fato, é válido", frisa
Sudbrack, lembrando a identificação do avaf com a ação espontânea dos pichadores.
O avaf, aliás, reclama do conservadorismo das instituições
artísticas e também das críticas
negativas que costumam receber por não apresentar obras
de arte no sentido tradicional
-são conhecidos por armar
festas em espaços expositivos.
"Às vezes, arte é só um sentimento, uma vibração ou energia, que não pode ser transformada em objeto", afirma Sudbrack. "O mundo artístico é
muito restrito, e essa Bienal
tem provocado reações bem
violentas dos próprios artistas,
que precisam ser abalados."
AVAF
Quando: de ter. a sáb., das 11h às
19h; até 20/12
Onde: Casa Triângulo (r. Paes de
Araújo, 77, tel. 3167-5621); livre
Quanto: entrada franca
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