São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Mostra revê diferenças entre Brasil e Venezuela

Coleção tem obras de Lygia Clark e Jesús Soto

FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

Nas décadas de 50 e 60 do século passado, Venezuela e Brasil foram protagonistas na produção de artes plásticas. Artistas de ambos países tiraram suas obras das paredes para então ocuparem o espaço, aqui a partir do movimento neoconcreto, lá, com o cinetismo.
"Desenhar no Espaço", mostra que é inaugurada hoje, na Pinacoteca do Estado, explora essa fase, apontando semelhanças e diferenças na produção de artistas desses dois países, a partir de obras da Coleção Patricia Chelps de Cisneros.
Segundo Ariel Jiménez, curador da coleção e da exposição, a diferença fundamental entre a produção nos dois países é que "enquanto no Brasil a passagem para o espaço levou o corpo da pintura a um embate com o corpo do espectador, na Venezuela, a questão central foi a desmaterialização das obras, a partir da luz".
Para comprovar sua tese, Jiménez organizou a mostra em três módulos, cada um centrado no confronto entre pares de artistas. Assim, o primeiro módulo, "O Corpo da Obra", apresenta Lygia Clark (1920-1988), pelo lado brasileiro, e Jesús Soto (1923-2005), pelo venezuelano.
De acordo com o curador, pode-se notar como esses artistas chegam a distintos procedimentos: "Quando Clark e Soto observaram o "Quadrado Branco sobre Fundo Branco" [1918], de Malevich, a primeira pensou que não se pode fazer mais nada com a pintura, portanto foi preciso trabalhar com a própria tela, materialmente, o que a leva ao "Bicho" (1965), enquanto Soto via luz sobre luz e chegou ao cinetismo".
Essa distinta linha de raciocínio é também abordada no segundo módulo, "O Corpo no Espaço". A mostra termina com o módulo "Diálogos Diferenciais", no qual estrangeiros que se fixaram nos dois países criaram vertentes distintas, como a suíça Mira Schendel (1919-1988), no Brasil, e a alemã Gego (1912-1994), na Venezuela.

DESENHAR NO ESPAÇO

QUANDO abertura hoje, das 11h às 14h; de ter. a dom., das 10h às 18h; até 30/1/2011
ONDE Pinacoteca do Estado (pça. da Luz, 2, tel. 3324-1000)
QUANTO R$ 6 (grátis aos sábados)


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