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Mostra revê diferenças entre Brasil e Venezuela
Coleção tem obras de
Lygia Clark e Jesús Soto
FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO
Nas décadas de 50 e 60 do
século passado, Venezuela e
Brasil foram protagonistas
na produção de artes plásticas. Artistas de ambos países
tiraram suas obras das paredes para então ocuparem o
espaço, aqui a partir do movimento neoconcreto, lá,
com o cinetismo.
"Desenhar no Espaço",
mostra que é inaugurada hoje, na Pinacoteca do Estado,
explora essa fase, apontando
semelhanças e diferenças na
produção de artistas desses
dois países, a partir de obras
da Coleção Patricia Chelps de
Cisneros.
Segundo Ariel Jiménez,
curador da coleção e da exposição, a diferença fundamental entre a produção nos
dois países é que "enquanto
no Brasil a passagem para o
espaço levou o corpo da pintura a um embate com o corpo do espectador, na Venezuela, a questão central foi a
desmaterialização das obras,
a partir da luz".
Para comprovar sua tese,
Jiménez organizou a mostra
em três módulos, cada um
centrado no confronto entre
pares de artistas. Assim, o
primeiro módulo, "O Corpo
da Obra", apresenta Lygia
Clark (1920-1988), pelo lado
brasileiro, e Jesús Soto (1923-2005), pelo venezuelano.
De acordo com o curador,
pode-se notar como esses artistas chegam a distintos procedimentos: "Quando Clark
e Soto observaram o "Quadrado Branco sobre Fundo
Branco" [1918], de Malevich,
a primeira pensou que não se
pode fazer mais nada com a
pintura, portanto foi preciso
trabalhar com a própria tela,
materialmente, o que a leva
ao "Bicho" (1965), enquanto
Soto via luz sobre luz e chegou ao cinetismo".
Essa distinta linha de raciocínio é também abordada
no segundo módulo, "O Corpo no Espaço".
A mostra termina com o
módulo "Diálogos Diferenciais", no qual estrangeiros
que se fixaram nos dois países criaram vertentes distintas, como a suíça Mira Schendel (1919-1988), no Brasil, e a
alemã Gego (1912-1994), na
Venezuela.
DESENHAR NO ESPAÇO
QUANDO abertura hoje, das 11h
às 14h; de ter. a dom., das 10h às
18h; até 30/1/2011
ONDE Pinacoteca do Estado (pça.
da Luz, 2, tel. 3324-1000)
QUANTO R$ 6 (grátis aos sábados)
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