São Paulo, domingo, 28 de março de 2010

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Crítica/"Amelia"

Tom melodramático prejudica cinebiografia

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Divulgação
Richard Gere e Hilary Swank em cena do filme "Amelia"

Filmes sobre pioneiros da aviação têm sempre atrativos: belas imagens, aviões antigos e uma história que fala de perseverança e coragem. Dirigido pela indiana Mira Nair, "Amelia" não foge à regra. O filme conta os dez últimos anos da vida da aviadora americana Amelia Earhart (Hilary Swank), desde sua travessia do Atlântico, em 1928 (a primeira de uma mulher), até morrer tentando ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo em uma aeronave, em 1937.
Suas façanhas deixaram profunda marca no imaginário popular americano: Amelia estabeleceu recordes e fez várias travessias inéditas. Para financiar as proezas, contava as aventuras em livros e lançava produtos com seu nome, estratégias então inovadoras, criadas pelo marido, George Putnam (Richard Gere).
Além da coragem, o filme destaca o lado menos convencional de Amelia, que relutou em casar com Putnam para não perder sua liberdade. Apesar disso, não hesitou em manter uma relação com Gene Vidal (Ewan McGregor), pai do escritor Gore Vidal e inventor da aviação comercial moderna.
Amelia parecia conseguir tudo o que queria sem grandes dificuldades. Aí reside a fraqueza do filme: o roteiro não apresenta conflitos, não há tensões, é uma sucessão de desafios que são superados um a um. O roteiro não aprofunda as questões e se perde em intriga excessivamente melodramática.
O resultado é um desperdício. Uma pena, pois Swank, que tem grande semelhança física com Earhart, está muito bem no papel. As imagens de arquivo sobre os feitos da aviadora não são exploradas à altura, nem as magníficas paisagens.


Avaliação: regular



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