São Paulo, Quarta-feira, 28 de Abril de 1999
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TEATRO
Com o aval de especialistas, "Terapia Sexual" abre hoje e marca a estréia do diretor Beneh Mendes como autor
Peça traz dores e tabus da sexualidade

Divulgação
Os atores Nico Puig e Leila Lopes, que integram o elenco de "Terapia Sexual"


CRISTIANO CIPRIANO POMBO
das Regionais

Por amor, você faria uma terapia sexual?
A pergunta faz parte do enredo do espetáculo "Terapia Sexual", uma comédia romântica que coloca em xeque as relações de um jovem casal e, consequentemente, seus problemas sexuais.
Escrito e dirigido por Beneh Mendes, "Terapia Sexual" leva à cena a jornalista Ana Paula (Leila Lopes) e o empresário Bebeto (Nico Puig), que, após quatro anos juntos, vêem a relação abalada por um problema sexual.
Envolvendo tabus, sentimentos e preconceitos, em "Terapia Sexual" quem vive o drama de insucesso sexual é Ana Paula, que tem dificuldades em atingir o orgasmo e finge para não frustar o parceiro.
"Todas as pessoas se dizem bem resolvidas sexualmente. Isso é tudo lábia. Hoje há stress, desemprego e fatores que ajudam a criar estafa sexual", diz Leila Lopes.
Sem conseguir se abrir com o parceiro, sentindo-se culpada por mentir, a personagem de Leila Lopes procura terapias, indo se consultar com um sexólogo.
A pedido do médico (Tadeu Di Pietro), ela tenta convencer Bebeto a participar da terapia, sem revelar seu problema. Após relutar, Bebeto acaba indo, mais como prova de amor do que por confiar nos problemas do casal ou ainda na capacidade de um profissional da área.
Em meio a exercícios tântricos -autoconhecimento-, ioga, revelações, brigas, fantasias, coreografias e, enfim, diálogos, o casal descobre com a tal terapia pontos em comum que vão além do simples ato sexual.
Com o cenário alternando três ambientes -consultório, casa e rua-, sem apresentar nu, além do tema, "Terapia Sexual" destaca ainda a linguagem feminina e a transformação dos personagens.
"Vai chocar. Mesmo falando de amor, problemas sexuais e soluções, a peça não é didática. Cada caso, uma solução. E quem espera ver a Leila da "Playboy" ou a Suzane de "O Rei do Gado" (novela da Globo), verá uma atriz despojada que se transforma", diz Leila Lopes.
A intenção da produção da peça é promover debates com especialistas após determinadas sessões.

Ron Baker
Com três décadas de teatro e há três anos estudando com mais afinco as relações humanas e a história da evolução sexual, o diretor Beneh Mendes fez sua estréia como autor colocando-se à prova.
Primeiro adotou o pseudônimo de Ron Baker, dizendo ser este um autor norte-americano pouco conhecido. A seguir levou seu texto para a aprovação de especialistas, como a psiquiatra Carmita Abdo, o psicoterapeuta Jacob Pinheiro Goldberg, o ginecologista Malcom Montgomery e o terapeuta sexual Oswaldo Rodrigues Jr.
"Poucos sabem sobre a evolução da sexualidade. É algo pouco discutido. Sabia que as pessoas poderiam expressar opiniões não-verdadeiras se soubessem que eu era o autor. Iriam amenizar as críticas", diz Beneh, que conseguiu a aprovação e até o final do ano pretende encenar outros de seus textos.

Peça: Terapia Sexual Quando: estréia hoje, às 21h (convidados); qui. e sex., às 21h; sáb., às 20h; dom., às 19h Onde: teatro Mars (r. João Passalacqua, 80, tel. 3105-9570) Quanto: R$ 20 (qui.), R$ 25 (dom.) e R$ 30

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