São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2004

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ARTE PÚBLICA

Dezoito companhias revezam oito horas de apresentações

Av. São João recebe hoje Overdose de Teatro de Rua

Divulgação
O grupo Bonecos Urbanos que participa do projeto no centro da cidade


VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Parte da platéia é conhecida: o bêbado equilibrado e seu cachorro inseparável, a criança de rua ávida por uma brincadeira, o desempregado à deriva nas manhãs de segunda-feira e o paulistano que vai e vem, mas também fica.
Hoje e amanhã, o palco de arena que lembra uma "pizza de concreto" no boulevard São João, próximo ao largo do Paissandu, recebe a 2ª Overdose de Teatro de Rua da Cidade de São Paulo, como ocorreu em 2003.
Sempre a partir das 10h30, serão oito horas ininterruptas com 18 companhias e respectivos espetáculos ou performances que atravessam linguagens como o circo, a mímica, a commedia dell'arte e o teatro de bonecos.
A iniciativa é do Movimento de Teatro de Rua de São Paulo, consolidado por grupos que se reúnem semanalmente para trocar experiências estéticas e discutir formas de conquistar políticas para essa milenar arte pública.
Na seqüência da 2ª Overdose, acontecerá ainda o Seminário de Teatro de Rua, de 6/7 a 3/8, na Funarte. Pesquisadores e diretores como Ednaldo Freire (Fraternal), César Vieira (União e Olho Vivo), Luiz Carlos Moreira (Engenho) e Amir Haddad (Tá na Rua, do Rio) abordarão, semanalmente, temas como história do teatro de rua, dramaturgia, função social e políticas culturais.
A 2ª Overdose abre hoje com a peça "No Olho da Rua", do grupo Circo Navegador. São quadros circenses em torno da fome, da fé, do trabalho e da liberdade segundo o palhaço.
"Esse encontro também integra as companhias que estão trabalhando na periferia e no centro, ajuda a expor a diversidade de linguagens", diz Fernando Mastrocolla, 28, do Navegador. Seu grupo disponibiliza o equipamento de som, enquanto o Núcleo Pavanelli, a barraca de lona improvisada como "camarim".
A estimativa dos organizadores é atrair cerca de 10 mil espectadores, protagonistas de um rodízio natural. "É impossível não ter público ali, dado o grande número de pedestres", diz Mastrocolla. Cada apresentação é arrematada com a "passagem do chapéu", gesto tradicional do artista popular que prescinde de bilheteria, poltrona ou edifício.

2ª OVERDOSE DE TEATRO DE RUA. Onde: boulevard São João (av. São João, s/nº, centro). Com os grupos: Algazarra Teatral, Bonecos Urbanos, Buraco D'Oráculo, Carapulsa, Circo de Trapo, Circo Navegador, Fola Folia, Ivo 60, ManiCômicos, Manifesta de Arte Cômica, Monocirco, Núcleo Pavanelli, Os Itinerantes, Rocokoz, Rodamoinho, Teatro da Pateticidade, Teatro de Epifanias e Teatro União e Olho Vivo. Quando: hoje e amanhã, das 10h30 às 18h30. Quanto: entrada franca. Mais informações pelo tel. 0/x/11/9963-9869 (Fernando) e 9505-4838 (Renata).


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