São Paulo, Sábado, 28 de Agosto de 1999
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DISCO - CRÍTICA
Aliens, uni-vos e dançai

MARCELO NEGROMONTE
da Redação


Quando o tema é música eletrônica, talvez não haja nada mais equivocado que considerá-la um "boom" no Brasil -ou em outro país. Se "boom" fosse, um "puf!" esvaziador, tão efêmero quanto o suposto estouro, estaria na iminência de acontecer, mais uma onda que se espatifa nos arrecifes musicais. Ora...
As falésias que separam a terra firme pop do mar eletrônico raver, ora revolto, ora calmo, ora azul, ora cinza, já estão muito bem esculpidas no Brasil. O escultor, ops, DJ Camilo Rocha, um idealista, chegou lá com o álbum compilado e mixado por ele, "Rave Trip": observa do alto da nau a chegada às prateleiras das lojas da música que começou a difundir em festas afastadas do concreto e próximas do verde.
A fuga, o escape insano do cotidiano, a alienação do "mundo real" (de preferência num amanhecer dominical) é o que pretende uma rave, underground na essência. Gente produzida, cenário onírico, ambiente quase comunitário e ao mesmo tempo extremamente individual, espírito congregador, uma seita cuja doutrina única é dançar - e sorrir.
"Rave Trip" apresenta acid tecno, hard trance, hemodiálise com TB 303, hard house em doses equilibradas e progressivas de luz e cor - o tema de "Batman" no final é pura Gotham City flúor. Impensável em disco e mídia há uns três anos.
Mais uma trama do doce alien.


Avaliação:    


Disco: Rave Trip DJ: Camilo Rocha Lançamento: Trama Quanto: R$ 18, em média

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