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DISCO - CRÍTICA
Aliens, uni-vos e dançai
MARCELO NEGROMONTE
da Redação
Quando o tema é música
eletrônica, talvez não haja nada mais equivocado que considerá-la um "boom" no Brasil
-ou em outro país. Se "boom"
fosse, um "puf!" esvaziador, tão
efêmero quanto o suposto estouro, estaria na iminência de acontecer, mais uma onda que se espatifa nos arrecifes musicais. Ora...
As falésias que separam a terra
firme pop do mar eletrônico raver, ora revolto, ora calmo, ora
azul, ora cinza, já estão muito
bem esculpidas no Brasil. O escultor, ops, DJ Camilo Rocha, um
idealista, chegou lá com o álbum
compilado e mixado por ele, "Rave Trip": observa do alto da nau a
chegada às prateleiras das lojas da
música que começou a difundir
em festas afastadas do concreto e
próximas do verde.
A fuga, o escape insano do cotidiano, a alienação do "mundo
real" (de preferência num amanhecer dominical) é o que pretende uma rave, underground na essência. Gente produzida, cenário
onírico, ambiente quase comunitário e ao mesmo tempo extremamente individual, espírito congregador, uma seita cuja doutrina
única é dançar - e sorrir.
"Rave Trip" apresenta acid tecno, hard trance, hemodiálise com
TB 303, hard house em doses
equilibradas e progressivas de luz
e cor - o tema de "Batman" no
final é pura Gotham City flúor.
Impensável em disco e mídia há
uns três anos.
Mais uma trama do doce alien.
Avaliação:
Disco: Rave Trip
DJ: Camilo Rocha
Lançamento: Trama
Quanto: R$ 18, em média
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