IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ele toca muito bem, mas o grande público ainda não sabe disso. Com o status de pianista "cult", o carioca Eduardo Monteiro, 38, apresenta-se hoje e sábado com a Orquestra Sinfônica da USP.
Monteiro já deu recital solo no Wigmore Hall, em Londres, e tem em seu currículo doutorado na Universidade de Paris 4 e concertos sob a batuta de nomes do quilate de Iuri Temirkanov e Mariss Jansons. Desde 2002, é professor do departamento de música da ECA-USP, em substituição ao paulista Gilberto Tinetti, 73.
Hoje ele sola no "Concerto Nº 3" de Beethoven. "Trata-se de um dos concertos mais antigos de meu repertório", conta. "Toquei-o pela primeira vez em 1987, sob regência de Jamil Maluf."
A obra será ainda executada pelo pianista dia 16 do mês que vem, quando ele se apresenta com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre em substituição à récita que deveria ter ocorrido em 14 de outubro, quando ele estava agendado para tocar o terceiro concerto de Bartók com a sinfônica gaúcha.
No mês que vem, Monteiro tem ainda marcado um recital solo no Museu Villa-Lobos, do Rio de Janeiro, no dia 18. E, em dezembro, a Osusp deve repetir o programa desta semana.
A orquestra tem privilegiado Beethoven e Villa-Lobos em sua temporada deste ano. Na Sala São Paulo, a apresentação começa com o prelúdio das "Bachianas Brasileiras Nº 4", do compositor brasileiro, e termina com a sétima sinfonia do autor alemão.
A direção musical é de um convidado, o britânico Kirk Trevor, que deu workshop de regência no anfiteatro Camargo Guarnieri, na USP, segunda e terça. Líder das sinfônicas norte-americanas de Knoxville e Missouri, Trevor foi aluno de violoncelo de Paul Tortellier e já atuou como convidado de mais de 40 orquestras de 12 diferentes países.