São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006 |
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30ª Mostra de SP Crítica/"Esboços para Frank Gehry" e "Oscar Niemeyer - A Vida É um Sopro" Arquitetura pulsa em filmes da Mostra
MARIO GIOIA DA REPORTAGEM LOCAL Ao ver o nome de Sydney Pollack como diretor de um documentário sobre Frank Gehry, vem a pergunta: qual seria o Pollack que realizaria tal filme? O autor de títulos equivocados como "Destinos Cruzados" (1999) ou o do olhar crítico de "A Noite dos Desesperados" (1969)? A resposta vem com outro filme. O Pollack de "Esboços para Frank Gehry", atração da 30ª Mostra de São Paulo (na terça e na quinta), tem mais a ver com o papel que faz em "De Olhos Bem Fechados" (1999), de Stanley Kubrick. Assim como o carismático Victor Ziegler, de "De Olhos...", Pollack conduz com despojamento e habilidade o filme que assina sobre um dos mais importantes arquitetos da segunda metade do século 20, autor de projetos como o Guggenheim Bilbao (1997) e vencedor do Pritzker de 1989, o prêmio máximo da arquitetura. É do seu olhar simples e de sua cumplicidade com o arquiteto -são amigos de longa data- que o ritmo do filme se desenha com tranqüilidade. O diretor conseguiu captar como a obra materialmente complexa de Gehry -pensemos nas fachadas irregulares de titânio de Bilbao- surge a partir dos elementos mais básicos de qualquer profissional da área, que vêm quando ele pega uma página em branco e traça formas que desafiam planos e espaços. Outra cena exemplar é a que mostra seu colaborador Craig Webb mudando as fachadas de uma maquete. Calmamente, Gehry olha para o objeto de pequenas dimensões e pede uma mudança de formatos. Webb pega o material, algo móvel como acetato, e dobra de outra maneira. Gehry vê e aprova. Investindo em imagens de outros projetos, como a Residência Sirmai-Peterson, o filme não ousa, mas mostra ao espectador as razões da importância de Gehry na área. Niemeyer A produção nacional "Oscar Niemeyer - A Vida É um Sopro", de Fabiano Maciel, também é um honesto trabalho a respeito de outro medalhão da arquitetura mundial. Também ganhador do Pritzker, o de 1988, são apresentados seus projetos famosos e também os menos conhecidos, mas belos, como a Casa das Canoas (1952). Merece ser visto. ESBOÇOS PARA FRANK GEHRY Direção: Sydney Pollack Onde: ter., às 21h10, no Reserva Cultural 2, e qui., às 18h30, no Unibanco Arteplex 1 OSCAR NIEMEYER - A VIDA É UM SOPRO Direção: Fabiano Maciel Onde: hoje, 19h20, no Espaço Unibanco 3, e amanhã, 14h, no Cine Bombril 2 Próximo Texto: Comentário/"Cabiria": Elefantina, jorrando lava e lágrimas, "Cabiria" ainda vive Índice |
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