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Integrante do grupo Vacilou Dançou, no espetáculo "Visões"

ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha

Quatro diferentes e bons coreógrafos brasileiros assinam as peças do espetáculo "Visões", que o grupo Vacilou Dançou, dirigido pela coreógrafa Carlota Portella, apresenta hoje no Sesc Ipiranga.
Sediado no Rio de Janeiro, o Vacilou Dançou existe há 18 anos, mas raramente se apresenta em São Paulo. De início ancorado no estilo norte-americano de raízes africanas, identificado como jazz, o grupo diversificou sua linguagem com o tempo, tendo hoje um repertório aberto à criação brasileira contemporânea.
Na abertura, "Visões" apresenta "Chacona", de Luis Arrieta, ao som de uma partita de Bach, interpretada pelo violinista russo Gidon Kremer. À musicalidade e precisão de linhas presentes nos movimentos e na arquitetura espacial desta peça, segue-se a coreografia "Friso Dórico", da gaúcha Jussara Miranda, também sobre composição de Bach.
Em caminho inverso, a peça de Jussara vale-se de irreverência para fazer seu tema brotar de uma frase do "Caderno H", do poeta Mário Quintana, que diz: "Intervalo quadrado entre os tríglifos de um friso dórico. Paciência! Não te direi o que seja... e é melhor assim. O mistério faz parte da beleza".
A terceira peça do programa -"Orikis"- é de autoria da baiana Ana Vitória. Sobre música percussiva de Manuel Wandjit, fala da força concentrada do corpo segundo a cultura africana.
"Grito", de Carlota Portella e inspirado em Nelson Rodrigues, completa o programa. Essa coreografia procura recriar os ritmos que caracterizam os personagens recorrentes do dramaturgo.


Espetáculo: Visões, com Vacilou Dançou Quando: hoje, 21h Onde: teatro Sesc Ipiranga (r. Bom Pastor, 822, tel. 3340-2000) Quanto: grátis (retirar ingressos a partir das 19h30)

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