São Paulo, terça-feira, 31 de março de 2009

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Com 29 títulos, mostra traça panorama da produção britânica

Produções de Mike Leigh e Peter Greenaway integram o ciclo do Cine Olido

CRÍTICO DA FOLHA

Quem apreciou o olhar do diretor e roteirista Mike Leigh sobre a classe trabalhadora britânica em "Simplesmente Feliz", lançado na sexta-feira, terá em abril a oportunidade de conferir uma miniretrospectiva da obra do cineasta, embutida no Panorama do Cinema Inglês, que o Cine Olido abre hoje.
Entre os 29 títulos da programação, realizados nos últimos 24 anos, serão exibidos quatro longas de Leigh: "Segredos e Mentiras" (1996), indicado ao Oscar em cinco categorias (incluindo melhor filme, direção e roteiro), "Garotas do Futuro" (1997), "Topsy-Turvy - O Espetáculo" (1999) e "Agora ou Nunca" (2002), o mais pungente deles -espécie de avesso de "Simplesmente Feliz".
Outros cineastas britânicos de prestígio internacional fazem parte da retrospectiva, como Peter Greenaway ("Zoo -Um Z e Dois Zeros", seu segundo longa e um dos mais inventivos, de 1985), Stephen Frears ("Liam", de 2000), Ken Loach ("Riff-Raff", de 1991) e Michael Winterbottom ("O Beijo da Borboleta", de 1994).
Um dos mais antigos dilemas da produção cinematográfica britânica, aproximar-se das fórmulas de sucesso norte-americanas (aproveitando que o mesmo idioma facilita a distribuição) ou buscar identidade própria, será ilustrado pela retrospectiva, com alguns "integrados" como Kenneth Branagh ("Muito Barulho por Nada", de 1993).
Entre as produções de época, o contraste talvez seja mais gritante, com Branagh e os recentes "Moça com Brinco de Pérola" (2003), de Peter Webber, e "A Outra" (2008), de Justin Chadwick, que têm o "padrão de qualidade" hollywoodiano como parâmetro, e o iconoclasta "Eduardo II" (1991), de Derek Jarman, que opta por abordagem bem distinta (e, com sua leitura incomum da realeza, incômoda).
"Vozes Distantes" (1988) e "Essência da Paixão" (2000), por sua vez, possibilitam conferir se Terence Davies foi superestimado ou não quando despontou, duas décadas atrás. Outro destaque: a adaptação de Franz Kafka por Harold Pinter em "O Processo - O Pesadelo de Josef K." (1993), de David Jones. (SÉRGIO RIZZO)


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