São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008 |
Próximo Texto | Índice
Tropicália inspira espetáculo de dança "Um Olhar"
Comandada por Henrique Rodovalho, Cia. Sociedade Masculina
se apresenta no Sesc Pinheiros, com trilha de Felipe Venâncio
ADRIANA PAVLOVA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A máxima futebolística de que não se mexe em time que está ganhando é perfeita para explicar a escalação do novo espetáculo da Cia. Sociedade Masculina. Em "Um Olhar", que estréia hoje no Sesc Pinheiros, o grupo de dança formado por homens volta a ser comandado por Henrique Rodovalho, o coreógrafo-criador do grupo goiano Quasar, que, em sua terceira parceria com a companhia paulistana, mergulha no tropicalismo. O movimento cultural que aflorou no final dos anos 60 é o mote para um espetáculo em que Rodovalho prefere revelar mais as diferenças de corpos e de estilos deste octeto. A convivência que vem se repetindo desde 2004 -quando ele criou "Chorando"- fez com que usasse uma mistura das linhas clássicas de bailarinos como Gustavo Lopes (ex-Balé da Cidade), a dança contemporânea de Edgar Dias (ex-Grupo Corpo) ou até a dança de rua que serviu de escola para Jorge Fernandes. Essa familiaridade fez com que, em tão pouco tempo, Rodovalho voltasse a se encontrar com a Sociedade Masculina. Em 2006, ele havia criado "Entre o Corpo e o Azul", uma das mais festejadas peças da companhia. Ao surgir a possibilidade de o grupo participar da Bienal de Dança de Lyon, na França, em setembro, o nome do coreógrafo emergiu com o acordo do curador do evento, Guy Darmet, fã assumido da companhia e entusiasta de Rodovalho. "Como a Bienal deste ano é sobre a memória, a proposta de um espetáculo sobre a tropicália veio a calhar. E, como no ano passado eles fizeram um grande sucesso aqui em Lyon com a coreografia do Rodovalho, repetir essa parceria me pareceu perfeito", disse Darmet, por telefone, à Folha. A partir do tema e depois de conversas com o diretor artístico da Sociedade, Anselmo Zolla, Rodovalho decidiu expor uma tropicália vista por gente de hoje, sem a pretensão de contar a história do movimento. Daí o título "Um Olhar". "É um olhar contemporâneo sobre aquilo tudo que aconteceu. Assim como o movimento que nasceu e acabou em menos de dois anos, devido ao exílio do Gil e do Caetano, o espetáculo passa rápido por tudo o que aconteceu na cena musical brasileira por causa do tropicalismo", afirma Rodovalho. Trilha do DJ Felipe Venâncio costura o espetáculo, com trechos do filme "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade, e músicas símbolo do movimento desconstruídas. No programa, há ainda "Palpable", de Andonis Foniadakis, de 2007. UM OLHAR Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 18h Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, 3095-9400); classificação: 7 anos Quanto: R$ 3,50 a R$ 15 Próximo Texto: Bienal de Lyon reunirá 600 artistas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |