São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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Crítica/"Um Amor para Toda a Vida"

Diretor de "Gandhi" abusa dos flashbacks em drama acadêmico sobre a guerra

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A guerra joga o homem no extremo entre vida e morte, entre paixões e fúrias. Uma situação crucial e que se fez bastante fértil para a bula do cinema narrativo que surgia junto à Primeira Guerra Mundial, em 1914. Jamais abandonado, esse modelo dramático ganhou renovações ao longo dos anos até chegar, por exemplo, à abstração magnífica de "Além da Linha Vermelha" (1998), de Terrence Malick.
Ou retrocessos, como "Um Amor para Toda a Vida", em que Richard Attenborough conta não só uma clássica história de amor que atravessa décadas como identifica as causas e soluciona os problemas de seus personagens, como num jogo de armar. O filme alterna-se entre 1941 e 1991 e mira sobretudo Ethel (Shirley MacLaine) e Jack (Christopher Plummer), entre a juventude alegre na Segunda Guerra Mundial e a velhice frustrada nos anos 90.
Uma história anos 40. E com visual anos 80, cheio daquelas pátinas e filtros dourados que o cinema daquele década utilizava para os filmes de época. É a assinatura "autoral" de um diretor aclamado com um filme extremamente acadêmico e premiado com vários Oscars -"Gandhi" (1982).
Criador e criatura juntam-se aqui. Numa coerência infernal, os flashbacks são a mola narrativa de "Um Amor para Toda a Vida" assim como Attenborough se volta para um porto seguro, o de um cinema que consagrou um diretor hoje bastante esquecido.


Avaliação: ruim


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