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Animal é assado durante 12 h
Trio de Parapuã importa do
Sul a receita do boi no rolete
ELIANE SILVA
Especial para a Folha
Um trio de amigos de Parapuã
(560 km a noroeste de São Paulo) importou para o interior de
paulista uma antiga técnica gaúcha que dá água na boca dos
amantes do velho e bom churrasco: o boi no rolete.
A técnica consiste em espetar o
boi no rolete (uma espécie de espeto gigante) e assá-lo inteirinho, da cabeça ao rabo, em um
buraco previamente preparado,
durante no mínimo 12 horas.
Tudo com a ajuda de uma máquina elétrica com roldana, que
faz o boi rolar, assando igualmente todas as partes.
O resultado é centenas de quilos de carne macia e saborosa,
como se todo o boi fosse uma
peça gigantesca de filé mignon.
O boi no rolete já é sucesso em
casamentos, leilões de gado e
festas de fim-de-semana nas regiões de Presidente Prudente e
Bauru.
``Começamos a fazer boi no
rolete há um ano por divertimento, pra alegrar os amigos'',
diz Arley Celestino da Costa, 29,
um dos roleteiros de Parapuã
que, nas horas vagas, cria codornas em sua granja.
Completam o trio o professor
de matemática Valdecir Pereira
de Menezes, 44, e o chefe de seção da Secretaria da Saúde em
Parapuã, Gilberto Miranda Cabral, 44.
O que era divertimento virou
um negócio rendoso para os três
amigos, que já assaram mais de
70 bois no rolete. Eles recebem
convites pra viajar por todo o
Estado e a cada dia vão aprimorando a técnica e investindo em
mais equipamentos para facilitar o trabalho.
``Hoje assamos quatro bois de
uma vez só sem fazer força com
a manivela", diz Menezes.
Eles cobram, em média, R$
500 por boi, descontados os gastos com viagem e estadia, que
são bancados pelo contratante.
``Já dá pra pensar em viver disso'', brinca Costa.
No total, o trio gasta 25 horas
no trabalho de matar o boi, injetar o tempero, espetar, assar e
servir os convidados.
O segredo pra fazer o boi no
rolete um sucesso em qualquer
festa começa na escolha do animal a ser sacrificado. ``Preferimos um boi de confinamento
porque a qualidade da carne é
melhor. Mas pode ser também
uma novilha de 15 ou 16 arrobas
(225 kg a 240 kg) se a festa for só
pra 250 convidados'', diz Cabral.
O cálculo para não deixar ninguém passar fome é de um quilo
por convidado.
Um de seus clientes, o comerciante Tedi William Ferrara, 35,
atesta a eficiência do trio.
``Eles fazem todo o trabalho
duro, a carne fica uma delícia e
ninguém sai com fome da festa'',
diz Ferrara.
Onde saber mais - tel. (018)
562-1344.
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