São Paulo, quarta, 5 de março de 1997.

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Animal é assado durante 12 h
Trio de Parapuã importa do Sul a receita do boi no rolete

ELIANE SILVA
Especial para a Folha

Um trio de amigos de Parapuã (560 km a noroeste de São Paulo) importou para o interior de paulista uma antiga técnica gaúcha que dá água na boca dos amantes do velho e bom churrasco: o boi no rolete.
A técnica consiste em espetar o boi no rolete (uma espécie de espeto gigante) e assá-lo inteirinho, da cabeça ao rabo, em um buraco previamente preparado, durante no mínimo 12 horas. Tudo com a ajuda de uma máquina elétrica com roldana, que faz o boi rolar, assando igualmente todas as partes.
O resultado é centenas de quilos de carne macia e saborosa, como se todo o boi fosse uma peça gigantesca de filé mignon.
O boi no rolete já é sucesso em casamentos, leilões de gado e festas de fim-de-semana nas regiões de Presidente Prudente e Bauru.
``Começamos a fazer boi no rolete há um ano por divertimento, pra alegrar os amigos'', diz Arley Celestino da Costa, 29, um dos roleteiros de Parapuã que, nas horas vagas, cria codornas em sua granja.
Completam o trio o professor de matemática Valdecir Pereira de Menezes, 44, e o chefe de seção da Secretaria da Saúde em Parapuã, Gilberto Miranda Cabral, 44.
O que era divertimento virou um negócio rendoso para os três amigos, que já assaram mais de 70 bois no rolete. Eles recebem convites pra viajar por todo o Estado e a cada dia vão aprimorando a técnica e investindo em mais equipamentos para facilitar o trabalho.
``Hoje assamos quatro bois de uma vez só sem fazer força com a manivela", diz Menezes.
Eles cobram, em média, R$ 500 por boi, descontados os gastos com viagem e estadia, que são bancados pelo contratante. ``Já dá pra pensar em viver disso'', brinca Costa.
No total, o trio gasta 25 horas no trabalho de matar o boi, injetar o tempero, espetar, assar e servir os convidados.
O segredo pra fazer o boi no rolete um sucesso em qualquer festa começa na escolha do animal a ser sacrificado. ``Preferimos um boi de confinamento porque a qualidade da carne é melhor. Mas pode ser também uma novilha de 15 ou 16 arrobas (225 kg a 240 kg) se a festa for só pra 250 convidados'', diz Cabral. O cálculo para não deixar ninguém passar fome é de um quilo por convidado.
Um de seus clientes, o comerciante Tedi William Ferrara, 35, atesta a eficiência do trio.
``Eles fazem todo o trabalho duro, a carne fica uma delícia e ninguém sai com fome da festa'', diz Ferrara.

Onde saber mais - tel. (018) 562-1344.

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