da Reportagem Local

Os seringalistas estão iniciando uma ofensiva para evitar a extinção da produção nacional de borracha.
A informação é do integrante da comissão de borracha da SRB (Sociedade Rural Brasileira) Carlos Alberto de Brito Soares.
Representantes de produtores de 16 Estados decidiram adotar três linhas de ação para tentar reverter o processo de falência da borracha, segundo Soares.
Uma ação de direito compensatório contra países asiáticos, que subsidiam a produção de borracha em até 68%, e outra de salvaguarda, pedindo aumento do II (Imposto de Importação), constam da ofensiva dos produtores.
Representantes do setor estudam ainda uma outra ação contra o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) por perdas e danos pelo não-cumprimento da lei 5.227, de 1967, que garante o escoamento total da produção.
``O governo programa uma série de ações de curto, médio e longo prazos. Vamos modernizar a lei e alavancar financiamentos para colocar o segmento na economia de mercado'', diz Raimundo Deusdará, secretário de política de desenvolvimento do Ministério do Meio Ambiente.
O Brasil possui 250 mil ha de seringais. Desse total, 32% ainda não produzem. A safra deve gerar 60 mil t este ano.
O segmento movimenta US$ 150 milhões/ano, gera 70 mil empregos diretos e 350 mil indiretos.
A borracha processada nacional custa R$ 2,10/kg. Seu custo de produção é de R$ 2,20/kg. A importada chega ao país por R$ 1,80/kg.
Para continuar em atividade, os produtores querem a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os artefatos de borracha.
``A diferença de preço entre a borracha importada e a brasileira, que hoje soma em torno de US$ 50 milhões, em vez de ser bancada pela indústria, passaria para o governo por meio da redução do imposto'', diz Soares.
``A borracha nacional não pode custar mais caro que a importada. Se não vamos perder competitividade'', diz Walter Tegani, da Anip (Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos). (RO)
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