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Quem tem medo?
BRUNO BLECHER
Editor do Agrofolha
Tony Blair, príncipe
Charles e até Jimmy Carter
já se envolveram nessa polêmica dos alimentos transgênicos.
O primeiro ministro do
Reino Unido reforçou o coro dos pró-transgênicos ao
admitir, em fevereiro passado, que sua mulher, Cherie, utiliza "Frankenstein
foods" -como são apelidados na Europa os alimentos
alterados geneticamente-
na dieta de seus três filhos.
A posição de Blair provocou arrepios no príncipe
Charles, ecologista de carteirinha e antigo partidário
da agricultura orgânica,
que rejeita não apenas os
produtos da biotecnologia,
como o uso de adubos químicos e de agrotóxicos nas
lavouras.
O ex-presidente dos EUA
Jimmy Carter foi mais longe
e vestiu a camisa da engenharia genética. Em artigo
publicado na revista "Progressive Farmer" (novembro de 98), amplamente divulgado pela Monsanto,
Carter critica a propaganda
dos "grupos extremistas"
contra os avanços da biotecnologia.
"Muitos países em desenvolvimento e alguns industrializados estão sendo levados a pensar erroneamente que organismos geneticamente modificados
de todos os tipos, de sementes a animais de criação, e os
produtos feitos a partir deles são ameaças potenciais à
saúde pública e ao meio
ambiente", disse Carter.
A corrente contrária, liderada pelo Greenpeace, também tem seu arsenal de argumentos. Muitos deles
exagerados e catastróficos,
outros bastante razoáveis,
como o fato de o consumidor ter direito de saber se o
alimento que comprou no
supermercado foi produzido ou não a partir de organismos transgênicos.
Na Europa, a briga está
feia. Aqui, as empresas de
biotecnologia ganharam o
primeiro round, quando a
Monsanto conseguiu a
aprovação do Conselho Nacional de Biotecnologia
(CTNBio) para a soja RR.
Mas, uma decisão judicial
ainda impede, na prática, o
plantio comercial, ao exigir
a separação da soja transgênica da convencional, assim
como a sua rotulagem.
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