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Estudantes se dividem sobre saída de reitor da Unifesp
Explicação de Ulysses Fagundes para gastos
com cartão gera divergências entre alunos
Parte dos universitários
defende saída dele do cargo,
mas, para outros, devolução
do dinheiro já resolve o caso;
reitor convoca reunião hoje
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A afirmação do reitor da Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo), Ulysses Fagundes
Neto, 62, que disse ter se "equivocado" ao usar o cartão corporativo para gastos pessoais, dividiu a opinião de estudantes
sobre um eventual afastamento dele do cargo.
Para uns, o gasto indevido já
é motivo suficiente para a saída
dele. Se preciso, dizem, não terão medo de invadir a reitoria.
Outros entendem que, como
Fagundes Neto devolveu todo o
dinheiro aos cofres públicos,
não há motivo para ele deixar a
administração da universidade.
A torcida parece ser bem definida na universidade. Ontem,
enquanto alunos de fonoaudiologia, biomedicina e enfermagem trocaram as salas de aula
pelo DCE (Diretório Central
dos Estudantes), onde discutiam formas de protesto e confeccionavam cartazes contra o
reitor, os estudantes de medicina permaneceram nas classes
assistindo às aulas.
Ontem à tarde, os alunos liderados pelo DCE saíram em
passeata contra o reitor.
O pensamento divergente
gera um clima de tensão na universidade. Anteontem, durante
uma manifestação contra o reitor, os dois grupos trocaram
empurrões e xingamentos.
O reitor devolveu aos cofres
públicos os R$ 85 mil que gastou com o cartão corporativo.
Disse que espera ser ressarcido,
pois está seguro de ter usado
corretamente a maior parte
desse valor.
Em 2006, na Copa do Mundo, o reitor gastou R$ 2.473 em
lojas da Nike e da Adidas na
Alemanha. Na Espanha, comprou R$ 1.411 em cerâmicas.
Nos EUA, mais R$ 5.084 em
produtos eletrônicos. E na China, outros R$ 2.035 em malas.
Ontem a Unifesp divulgou
nota informando que eventual
afastamento de Fagundes Neto
não se justifica, pois ele não
"causou prejuízos aos cofres
públicos nem praticou qualquer irregularidade". O reitor
chamou os representantes dos
alunos, professores e funcionários para uma reunião hoje.
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