SEBASTIÃO NASCIMENTO
enviado especial a Ibiúna (SP)

Com o consumo em alta, a alcachofra vem ampliando seu espaço no interior de São Paulo, o mais importante pólo produtor do país, e deverá render uma colheita recorde.
Em Piedade (98 km a oeste da capital), a área plantada alcançou nesta temporada 500 ha, contra os 400 ha de 98. Pelo menos 450 mil caixas (15 botões cada) serão colhidas até dezembro próximo.
Apesar da forte estiagem dos últimos meses, o otimismo se espalhou por Ibiúna (70 km a oeste) e São Roque (42 km a oeste), também grandes produtores.
Em Ibiúna, a área saltou de 180 ha, em 98, para 200 ha. Em São Roque, a área manteve os 300 ha do ano passado.
""Pequenos saltos na área plantada são relevantes. A alcachofra é exigente em tecnologia, o que a torna cara e cultivada por poucos", diz Osmar Borzacchini, da Casa da Agricultura de Piedade.
O auge da colheita é agora, início da primavera. Segundo as casas de agricultura locais, a safra será superior à de 98.
Influenciando diretamente a produção, a demanda aumenta a cada ano na Ceagesp paulista, que comercializa a alcachofra.
Entre 95 e 98, houve um aumento de 63% na venda (de 3,682 milhões de botões para 6 milhões).
Para este ano, a Ceagesp espera colheita recorde, apesar de ainda não arriscar um número.
Valdir Renato de Oliveira, chefe de economia da Ceagesp, diz que o crescimento da oferta e da procura por alcachofra tem garantido o preço estável para o consumidor nos últimos anos.
Na Ceagesp, a cabeça de alcachofra era vendida a R$ 0,65 na semana passada, preço R$ 0,02 inferior ao de setembro de 98.
No supermercado, o consumidor paga R$ 0,98 pela cabeça da alcachofra, um pouco menos do que no ano passado (R$ 1).
""O consumo cresceu mas a venda ainda está concentrada em pequenos nichos", afirma Omar Assaf, presidente da Associação Paulista de Supermercados.
Os produtores, porém, não estão contentes com os preços que estão recebendo pela alcachofra.


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