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MATO GROSSO DO SUL
Leilão Sete Estrelas, dia 21, em Campo Grande, vendeu 36 prenhezes à média geral de R$ 20,4 mil
Prenhez de vaca nelore alcança R$ 42 mil
DO ENVIADO ESPECIAL
Um sofisticado leilão de prenhezes de matrizes nelore de elite
mostrou que a pecuária de Mato
Grosso do Sul convive com duas
realidades distintas: tecnologia de
Primeiro Mundo e febre aftosa,
uma doença típica do subdesenvolvimento.
Realizado em um bufê em Campo Grande, o Leilão Sete Estrelas e
Convidados, dia 21 último, apurou uma média de R$ 20,4 mil na
venda de 36 prenhezes. O faturamento bruto atingiu R$ 736,4 mil.
Para efeito de comparação, um
pregão de animais em pé da raça
nelore mocho, o renomado CV,
realizado em setembro último,
obteve média um pouco superior
a R$ 17 mil e foi considerado um
sucesso de vendas.
No caso de um leilão de prenhezes, o comprador aposta alto e pode correr risco.
Apesar da indiscutível qualidade da mãe e do pai do bezerro que
está sendo gestado na barriga da
vaca ""mãe de aluguel", há possibilidades dele nascer e não apresentar integralmente as potencialidades genéticas dos seus pais.
Mas nada tirou o ânimo dos fazendeiros. A prenhez da vaca Asteca JJ, por exemplo, cuja receptora deverá parir o bezerro dia 9 de
dezembro próximo, foi vendida
por R$ 42 mil para Paulo Roberto
Andrade, da Fazendas Reunidas
Boi Gordo.
Asteca JJ é campeã da Expoinel
95, feira de Uberaba, no Triângulo
Mineiro. Ela pertence à Sete Estrelas Embriões.
Dono da Programa, empresa
que organizou o leilão, Paulo
Horto esperava uma média entre
R$ 10 mil e R$ 15 mil. ""Estamos
quase em dezembro e 2000 foi um
ano de explosão na venda de nelore. Acredito que o mercado está
querendo dar uma parada", disse
ele no início do pregão.
Considerando os R$ 15 mil projetados por Horto como média
máxima, ele errou por R$ 5.400.
""Prevaleceu a qualidade das
matrizes e dos touros. Além disso,
o leilão recebeu 700 pessoas, entre
elas grandes selecionadores de
Mato Grosso do Sul e de outros
Estados", afirmou Horto logo depois de o leiloeiro João Antonio
Gabriel, que dividiu os trabalhos
com Nilson Genovesi, dar a última martelada.
""A proposta do leilão é a de
mostrar o quanto evoluída se encontra a seleção do nelore aqui
em Mato Grosso do Sul", afirma
Oswaldo Possari, dono da Sete Estrelas e promotor do evento.
Possari reconhece, no entanto,
que nem tudo é festa. ""Mato
Grosso do Sul tinha o mundo para ampliar seus negócios. A aftosa
nos faz ficar restritos às nossas
fronteiras. Por enquanto."
Tudo indica que a ""agonia" dos
fazendeiros tem prazo para acabar: janeiro de 2001.
""Em meados de dezembro será
concluída o sorologia no Estado.
Esse trabalho, avaliado pelo Ministério da Agricultura, deverá
comprovar a não-existência de
animais infectados", diz Laucídio
Coelho. Em janeiro, espera ele, o
ministério deverá reconhecer o
Estado como livre da doença com
vacinação. ""É o primeiro e importante passo da batalha."
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