São Paulo, quarta-feira, 01 de janeiro de 2003

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ESTADOS

Novos ocupantes do cargo e reeleitos enfrentam dificuldades para realizar investimentos e cumprir promessas de campanha

Estabilizar contas é desafio para governadores

DA AGÊNCIA FOLHA

Cortar gastos, aumentar a arrecadação e equacionar as dívidas que impedem investimentos e ameaçam os salários dos servidores são as principais metas e desafios dos governadores que assumem hoje e daqueles que partem para um segundo mandato.
É o que vai ocorrer com Aécio Neves (PSDB), 42. O tucano terá a difícil tarefa de tirar as finanças de Minas do buraco e retomar investimentos. O rombo fiscal projetado no Estado para 2003 é de R$ 2,3 bilhões. Além disso, há as dívidas. A fundada, que inclui a dívida com a União e externa, está em R$ 32 bilhões. O Estado tem que desembolsar 13% da sua receita com as prestações mensais. Neste ano, o 13º saiu só a partir do dia 23 para cerca de 450 mil servidores.
Dinheiro para pagar os servidores também é problema para o governador reeleito de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, 52. Ele inicia o seu segundo mandato com uma dívida de cerca de R$ 4,7 bilhões (estimativa de novembro), cerca de quatro vezes maior que a arrecadação anual.
Para evitar que os salários dos servidores de novembro, dezembro e o 13º atrasassem, Zeca teve que fazer um empréstimo.
Já para Roberto Requião (PMDB), 61, que assume o governo do Paraná no lugar de Jaime Lerner (PFL), a herança imediata será uma queda-de-braço com as concessionárias das rodovias, na conta do reajuste das taxas de pedágio, aplicado há uma semana.
Requião prometera cortar o preço do pedágio pela metade. Sem acordo com o governo atual, as concessionárias garantiram o reajuste na Justiça. Requião recebe um governo com os pagamentos em dia, mas sem dinheiro para investir nos programas próprios.
O governador gaúcho eleito, Germano Rigotto (PMDB), 53, tem nas estradas federais uma questão primordial a ser resolvida. Ele tentará rever as determinações da medida provisória que liberou para os Estados recursos referentes a gastos com as rodovias federais e exigiu em troca o compromisso de assumir a manutenção de trechos.
O governador reeleito de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), 60, quer promover uma reforma administrativa para adequar a estrutura do primeiro escalão a um esperado período de dificuldades. Secretarias serão fundidas ou extintas.
O governador reeleito do Maranhão, José Reinaldo Tavares (PFL), 63, seria o primeiro a tomar posse. Ela estava marcada para o primeiro minuto de hoje.
Segundo a assessoria de Tavares, o horário foi escolhido para que ele pudesse ir a Brasília assistir à posse presidencial.
No Acre o governador reeleito, Jorge Viana (PT), 53, tomaria posse à 0h30 -3h30 em Brasília. O objetivo também era chegar a tempo da posse em Brasília. (FABIANO MAISONNAVE, PAULO PEIXOTO, MARI TORTATO, LÉO GERCHMANN, FÁBIO GUIBU E EDUARDO DE OLIVEIRA)


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