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Virgilistas devem
usar acusação só
nos bastidores
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O grupo Câmara Forte -que
apóia o candidato avulso do PT,
Virgílio Guimarães (MG)- decidiu usar estrategicamente informação do caso Lubeca que envolveria o candidato do oficial do PT,
Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).
O discurso oficial dos virgilistas
sustentará que o debate nas eleições da Casa precisa ser propositivo, para evitar a acusação inversa
de jogo sujo contra Greenhalgh.
A ordem, porém, é martelar o
assunto nos bastidores. A cautela
se dará ao não entrar no mérito da
acusação, evitando assim que a
ação do grupo se transforme em
um ataque concreto contra o PT.
"Não temos nada a ver com isso.
Nossa campanha é propositiva",
disse o deputado Jovair Arantes
(PTB-GO), articulador virgilista.
Para o Câmara Forte, o fato político serve para reforçar a bandeira da representatividade da candidatura Virgílio. Greenhalgh é
considerado um deputado respeitável, porém distante da realidade
da Casa e do chamado "baixo clero" (deputados de pouca visibilidade política). Agora, a acusação
pode virar uma mácula política ao
"currículo ilibado" de Greenhalgh
de defensor de perseguidos políticos e dos direitos humanos.
Para o líder do PPS, Júlio Delgado (MG), a bancada do PT errou
na escolha do candidato. "A acusação pode até ser coisa do passado. Mas, sem prejulgar Greenhalgh, é grave suficiente que o
nome que representará a Casa
suscite dúvidas", disse ele, cuja
posição pessoal é pró-Virgílio.
A tese de suspeição deve ser colocada em prática a partir de hoje,
na reunião das lideranças da Câmara que já estava agendada.
Virgilistas estudaram ontem à
tarde qual deveria ser a reação oficial de Virgílio. Num primeiro
momento, o grupo decidiu soltar
uma nota em defesa do presidente Lula, sem citar Greenhalgh.
Acabaram não soltando a nota
nem se manifestando em público
para resguardar Virgílio. Ele teria
a obrigação de defender Lula, mas
a posição omissa com relação ao
concorrente poderia ser vista como um endosso da acusação.
O líder do PFL e candidato avulso, José Carlos Aleluia (BA), elogiou a iniciativa da imprensa, mas
não quis se manifestar: "Não vou
me aproveitar da matéria para
desviar o debate". "Cabe somente
a Greenhalgh e ao PT esclarecerem isso. A única coisa que digo é
que não vou explorar isso politicamente", disse o candidato Severino Cavalcanti (PP-PE).
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