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Painel
VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br
Férias corporativas
Enquanto se desdobra para explicar os R$ 171 mil
que gastou no cartão corporativo no ano passado, a
ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) terá uma
tarefa extra: justificar despesas de R$ 2.969,01 de 17
de dezembro de 2007 a 1º de janeiro. O site do ministério informa, sobre o período: "A ministra Matilde
Ribeiro está de férias até 1º de janeiro de 2008".
Entretanto, o cartão de Matilde não parou de registrar gastos. Só na véspera do Natal, a ministra pagou
R$ 1.876,90 para uma locadora de carros. No dia 17, o
primeiro das férias, Matilde gastou R$ 600 no aluguel
de veículos, R$ 303 de hotel, R$ 86,46 num restaurante e, finalmente, R$ 104 no bar Canto Madalena, notório reduto de petistas na zona oeste de São Paulo.
Cliente antiga. A fatura
do cartão de Matilde explodiu
no ano passado, mas ela começou a gastá-lo no dia 21 de
julho de 2006. E, logo nos seis
primeiros meses, desembolsou R$ 55,5 mil: R$ 45 mil para alugar carros, R$ 7,5 mil em
hotéis, e R$ 2,5 mil em restaurantes e choperias.
Eu sozinha. A ausência de
manifestações de apoio a Matilde no PT tem explicação: a
ministra não esteve associada
a nenhuma corrente na última eleição do partido, em dezembro. Lançou chapa própria e conseguiu apenas uma
vaga no Diretório Nacional
petista, que tem 81 cadeiras.
Rotina. No rol de testemunhas de defesa de José Dirceu
no processo do mensalão está
Lázaro Brandão, presidente
do Conselho de Administração do Bradesco. O objetivo é
mostrar que, na Casa Civil,
Dirceu costumava receber
banqueiros -e tentar descaracterizar favorecimento ao
BMG e ao Banco Rural.
Blindada. Com tantos ministros e ex-ministros arrolados pela defesa de Dirceu,
chamou a atenção a ausência
de Dilma Rousseff, que o
substituiu na Casa Civil. Ao
longo de todo o escândalo do
mensalão, a ministra passou
ao largo das investigações.
Mão amiga 1. A bancada
do PMDB na Câmara acompanha desconfiada os primeiros passos de Edison Lobão.
Acham que o ministro de Minas e Energia faz jogo duplo e
vai empurrando com a barriga
a situação da Petrobras.
Mão amiga 2. Para os deputados, Lobão é "sensível"
aos apelos de Renan Calheiros (PMDB-AL), que quer evitar a indicação de Jorge Zelada para o lugar de seu amigo
Nestor Cerveró na Diretoria
Internacional da estatal.
Agora é moda. O governador Paulo Hartung
(PMDB-ES) esteve com o colega José Serra em São Paulo,
na quarta. Foi pedir ajuda na
tarefa de convencer o PSDB
capixaba a dar o vice na chapa
reeleitoral do petista João Coser, em Vitória. Serra prometeu não se opor à aliança.
Para constar. Não que fosse necessário, mas o PT paranaense resolveu vetar no Estado qualquer aliança com
PSDB e DEM durante as eleições. À direção nacional do
partido, soou como contraponto ao namoro de petistas e
tucanos em Belo Horizonte.
Folião. O governador Marcelo Déda (SE) está numa dúvida cruel: recebeu convites
dos vizinhos Eduardo Campos (PSB-PE) e Jaques Wagner (PT-BA) para o Carnaval.
Embora admita simpatia pelo
pernambucano Galo da Madrugada, o diplomático petista deve atender aos dois.
Acesso limitado. Vereadores paulistanos estão em
polvorosa por terem recebido
apenas dois, ao invés dos tradicionais quatro convites para
assistir ao desfile das escolas
de samba no Anhembi. A distribuição foi feita via gabinete
de Gilberto Kassab (DEM).
Reforma total. Depois de
trocar os titulares da Justiça e
da Educação, a governadora
Ana Júlia Carepa (PT-PA)
mudará seu secretário de Saúde, da cota do PMDB, que
continuará a indicar o nome.
Tiroteio
"Não adianta vir com a tardia reação após a farra
dos cartões, porque a ressaca não absolve as
besteiras feitas na bebedeira. Governo não
investiga governo, portanto tem de haver CPI."
Do presidente nacional do PPS, ROBERTO FREIRE, sobre os gastos indevidos de ministros com os cartões corporativos do governo.
Contraponto
Fim de papo
Governador de Minas entre 1991 e 1994, Hélio Garcia
recebeu certa vez no Palácio da Liberdade o então prefeito de Belo Horizonte, Patrus Ananias (PT), e o secretário
de Fazenda da capital, o hoje prefeito Fernando Pimentel.
Garcia era conhecido por não gostar de falar com a imprensa. Após a reunião, os três foram cercados por jornalistas. Garcia respondeu, a contragosto, a várias perguntas, mas diante da insistência de um repórter de TV para
que falasse mais, saiu-se com essa:
-Você vai me fazer uma pergunta idiota e eu vou dar
uma resposta cretina. Só que a sua emissora vai cortar a
sua pergunta idiota e vai levar ao ar só a minha resposta
cretina. Então, é melhor eu não falar mais nada!
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