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Governo amplia prazo para pagamento da dívida rural
Produtor com dívida que vence no 1º trimestre tem até 31 de março para quitar
José Múcio (Relações
Institucionais) reabriu na
semana passada a discussão
para renegociar R$ 140
bilhões de dívida do setor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo aprovou ontem a
ampliação para 31 de março do
prazo de pagamento das dívidas rurais, mas só para os financiamentos que vencem no primeiro trimestre deste ano.
Desde o ano passado, os produtores agrícolas, apoiados pelo
ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e a bancada
agrícola do Congresso pediram
ao presidente Lula a renegociação destas dívidas. As negociações estavam quase fechadas,
mas foram suspensas pelo governo com a perda de arrecadação da CPMF.
Na semana passada, as conversas foram reabertas pelo ministro José Múcio (Relações
Institucionais), a pedido do
presidente Lula, para agradar
os parlamentares ruralistas. A
dívida rural total é estimada em
R$ 140 bilhões, dos quais 70%
foram concedidos pelo Banco
do Brasil.
Múcio defendeu a renegociação da dívida. No dia 24, ele se
reuniu com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da
Agricultura, Reinhold Stephanes, além do presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Marcos Montes (DEM-MG), para discutir o assunto.
Segundo o secretário-adjunto de Política Econômica da Fazenda, Gilson Bittencourt, a dívida a ser paga no primeiro trimestre não passa de R$ 200 milhões. Ele disse que até o fim de
março, o governo pretende
concluir um projeto para refinanciar as dívidas dos produtores agrícolas. Mas, por enquanto, estes continuam na lista negra de inadimplentes, o que significa que não podem tomar
novos empréstimos.
Bittencourt disse que o
maior problema se concentra
nas dívidas acumuladas nas décadas de 80 e 90, que somam
R$ 30 bilhões. Outros R$ 10 bilhões venceram nos últimos sete anos. Ele negou que a renegociação das dívidas dos produtores agrícolas atenda a necessidades políticas do governo.
As dívidas que tiveram o prazo prorrogado para 31 de março
são as com risco ancorados em
títulos do Tesouro, ou tomadas
nos fundos constitucionais, como o FNE (Fundo do Nordeste). A CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) informou que não iria se
pronunciar porque os técnicos
acharam a medida confusa e
preferiam esperar a publicação
no "Diário Oficial" da União.
Procurado, o ministro da Agricultura não se pronunciou. A
assessoria disse que ele estaria
incomunicável durante o dia.
(JULIANA ROCHA)
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