São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

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Com Orçamento aprovado, reajuste vira desafio em SP

Aumento a servidores deve ser menor que inflação

CATIA SEABRA
DS REPORTAGEM LOCAL

Graças à mobilização governista - que incluiu até ameaça de perda de emendas a 42 deputados estaduais não reeleitos- a Assembléia Legislativa aprovou ontem, sem contagem nominal dos votos, o Orçamento do Estado de São Paulo.
Agora, o novo desafio é o dissídio coletivo dos funcionários, obrigatório em março. O governo deverá conceder um reajuste simbólico. Segundo tucanos, a orientação do governador José Serra é de apenas cumprir a determinação legal de aumento coletivo em março. Mas não seria suficiente para cobrir as perdas inflacionárias.
Cada aumento de 1% representa gasto extra de R$ 200 milhões. Como um reajuste maior consumiria cerca de R$ 700 milhões, a avaliação é que dinheiro seria pulverizado na folha de pagamento. A despesa seria alta e os servidores continuariam insatisfeitos.
Por isso, a promessa de analisar reajustes por categoria. No Palácio dos Bandeirantes, a interpretação é de que os petistas não teriam desenvoltura para recriminar Serra porque adotaram a mesma política -sem reajuste generalizado, mas com negociação por categoria- no Planalto e durante a gestão de Marta Suplicy na prefeitura.
Além do aperto fiscal, a baixa inflação seria um argumento para que não haja aumento significativo neste ano.
O governo ainda não montou uma mesa para negociação com servidores, que ontem fizeram manifestação no Morumbi. Serra, que cumpria agenda em Brasília, escapou do constrangimento de não receber os manifestantes.
No Orçamento, a previsão de gastos com pessoal e encargos sociais este ano é apenas 1,3% maior do que em 2006, passando de R$ 34,9 bilhões (corrigidos) para R$ 35,3 bilhões.
O texto do Orçamento foi aprovado na noite de ontem, dentro do prazo fixado por Serra. Líderes da base telefonaram para deputados cobrando sua presença em plenário. Os governistas avisaram que Serra deixaria a votação para a próxima legistatura, que começa em 15 de março, caso não obtivesse a aprovação ontem. Com o adiamento, 42 deputados não reeleitos perderiam direito à cota individual de R$ 2 milhões em emendas.
Em reunião com a bancada do PT, o deputado Vaz de Lima (PSDB) informou essa hipótese aos petistas.
"Três deputados do PV vieram pedir que votasse", contou o deputado Simão Pedro (PT).
Depois de uma reunião marcada por ameaças de rompimento de acordo, outra boa notícia para o governo: o PT anunciou o apoio à candidatura de Vaz para a presidência da Casa. Com isso, ele já contaria com 72 dos 94 votos da Assembléia.


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