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Com Orçamento aprovado, reajuste vira desafio em SP
Aumento a servidores deve ser menor que inflação
CATIA SEABRA
DS REPORTAGEM LOCAL
Graças à mobilização governista - que incluiu até ameaça
de perda de emendas a 42 deputados estaduais não reeleitos- a Assembléia Legislativa
aprovou ontem, sem contagem
nominal dos votos, o Orçamento do Estado de São Paulo.
Agora, o novo desafio é o dissídio coletivo dos funcionários,
obrigatório em março. O governo deverá conceder um reajuste simbólico. Segundo tucanos,
a orientação do governador José Serra é de apenas cumprir a
determinação legal de aumento
coletivo em março. Mas não seria suficiente para cobrir as
perdas inflacionárias.
Cada aumento de 1% representa gasto extra de R$ 200 milhões. Como um reajuste maior
consumiria cerca de R$ 700 milhões, a avaliação é que dinheiro seria pulverizado na folha de
pagamento. A despesa seria alta e os servidores continuariam
insatisfeitos.
Por isso, a promessa de analisar reajustes por categoria. No
Palácio dos Bandeirantes, a interpretação é de que os petistas
não teriam desenvoltura para
recriminar Serra porque adotaram a mesma política -sem
reajuste generalizado, mas com
negociação por categoria- no
Planalto e durante a gestão de
Marta Suplicy na prefeitura.
Além do aperto fiscal, a baixa
inflação seria um argumento
para que não haja aumento significativo neste ano.
O governo ainda não montou
uma mesa para negociação com
servidores, que ontem fizeram
manifestação no Morumbi.
Serra, que cumpria agenda em
Brasília, escapou do constrangimento de não receber os manifestantes.
No Orçamento, a previsão de
gastos com pessoal e encargos
sociais este ano é apenas 1,3%
maior do que em 2006, passando de R$ 34,9 bilhões (corrigidos) para R$ 35,3 bilhões.
O texto do Orçamento foi
aprovado na noite de ontem,
dentro do prazo fixado por Serra. Líderes da base telefonaram
para deputados cobrando sua
presença em plenário. Os governistas avisaram que Serra
deixaria a votação para a próxima legistatura, que começa em
15 de março, caso não obtivesse
a aprovação ontem. Com o
adiamento, 42 deputados não
reeleitos perderiam direito à
cota individual de R$ 2 milhões
em emendas.
Em reunião com a bancada
do PT, o deputado Vaz de Lima
(PSDB) informou essa hipótese
aos petistas.
"Três deputados do PV vieram pedir que votasse", contou
o deputado Simão Pedro (PT).
Depois de uma reunião marcada por ameaças de rompimento de acordo, outra boa notícia para o governo: o PT anunciou o apoio à candidatura de
Vaz para a presidência da Casa.
Com isso, ele já contaria com 72
dos 94 votos da Assembléia.
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