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São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2003

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PAINEL

Liberdade parcial
A cúpula do PT vai permitir aos parlamentares da esquerda do partido que registrem no plenário posição contrária à PEC 192 -que abre caminho para a autonomia do BC. Mas o voto terá de ser dado conforme Lula quer e Antonio Palocci Filho (Fazenda) prometeu ao FMI.

Política de resultados
Na prática, a liberdade de manifestação -e não de voto- dada pelo PT aos seus deputados e senadores tem uma única utilidade: dar discurso aos parlamentares nas eleições.

Sólida como gelo
O Planalto e João Paulo (Câmara) transformaram em "questão de honra" a aprovação até amanhã da PEC 192. Querem sinalizar ao mercado que o governo controla os radicais e terá força para aprovar as reformas.

Disputa interna
João Paulo e José Dirceu (Casa Civil) se uniram para derrubar proposta feita por Aloizio Mercadante a Lula. O senador sugeriu ao presidente que envie a reforma tributária ao Senado e a da Previdência à Câmara. Disse que o governo ganharia tempo com a tramitação paralela.

Orelha vermelha
Em rota de colisão com Mercadante, João Paulo e Dirceu vão procurar Lula hoje a fim de convencer o presidente de que a proposta do líder do governo no Senado é "inconstitucional".

Questão de enfoque
O primeiro item da proposta de reforma tributária enviada pelo governo ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social dizia: "Produzir a justiça fiscal". Depois de dois meses de discussão, o conselho fez a seguinte contraproposta: "Produzir a justiça fiscal e social".

Mombaça petista
José Dirceu (Casa Civil) abriu espaço ontem na sua agenda, entre reuniões com Lula e os líderes do governo, para receber, no Palácio do Planalto, um pefelista desconhecido. Trata-se de Wilson Siqueira, cuja credencial é ser prefeito de Passa Quatro (MG), cidade natal do ministro.

Negócios à parte
Wellington Landim, desafeto de Tasso Jereissati e candidato derrotado ao governo do Ceará pelo PSB em 2002, vai se filiar em 14 de abril ao PPS de Ciro.

Perigo no ar
Aviso aos passageiros: o governo ainda não está monitorando os vôos que chegam ao Brasil provenientes de regiões que já registraram casos da pneumonia "misteriosa". Segundo a OMS, a doença já matou 58 pessoas em 14 países.

Depois da campanha
Paulo Roberto Uchôa, secretário Nacional Antidrogas, vai apresentar à ONU ainda em abril as diretrizes do governo Lula para o combate às drogas. Detalhe: apesar de ter criticado a ação do governo FHC na campanha, o petista adotou a mesma política do seu antecessor.

Com o pé esquerdo
O frango tomado por Olívio Dutra (Cidades) na pelada em que o time de Lula perdeu de goleada para o de José Alencar não foi a única trapalhada do ministro, no sábado, no Jaburu. Ao mergulhar na piscina, ele ralou a mão no fundo antiderrapante.

Prata da casa
Ex-ministro de FHC, Pratini de Moraes integrará a Câmara de Comércio Exterior de Minas, a ser criada por Aécio Neves (PSDB). Roberto Gianetti da Fonseca, secretário de Comércio Exterior na gestão do tucano, também atuará no órgão.

Visita à Folha
Jorge Mattoso, presidente da Caixa Econômica Federal, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Aser Cortines, vice-presidente de Desenvolvimento Urbano, de Fernando Nogueira da Costa, vice-presidente de Mercado de Capitais, e de Gabriel Nogueira, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do deputado Doutor Rosinha (PT-PR), da corrente Democracia Socialista, sobre a crise entre os grupos de esquerda e a cúpula petista:
- Nós não queremos sair do PT. Queremos discutir os problemas e os rumos do partido e ajudar a mudá-lo.

CONTRAPONTO

Brasil real

A deputada Denise Frossard (PSDB-RJ) foi ao plenário na semana passada falar sobre o crime organizado no Brasil. Contou diversas histórias que presenciou ao longo de sua carreira de magistrada.
Lembrou-se até mesmo de um duelo a bala entre dois juízes, na cidade de Macaé (RJ).
Certa vez, ela se viu diante de um processo contra réus "influentes e poderosos" ligados ao jogo do bicho no Rio.
O Ministério Público Estadual, contou a deputada, era dirigido por um jovem promotor que requisitou à polícia providências sobre o inquérito.
Mas, para surpresa dos envolvidos no processo, contou a parlamentar, a resposta dada pelo chefe da Polícia Civil foi negativa:
- Não posso atender ao pedido porque há um acordo político entre o governo estadual e a contravenção.


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