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São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2003

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Lula diz que fez "milagre" na economia

FÁBIO ZANINI
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que seu governo operou um "milagre" na política econômica ao conseguir criar um ambiente que tem possibilitado trajetórias descendentes do dólar e do risco-país, mesmo com a atual turbulência internacional.
O auto-elogio veio em um discurso ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto, ontem à tarde. "A situação econômica mundial não é das mais promissoras, pelo menos nesse momento que estamos vivendo. Mas nós conseguimos um certo milagre diante dos descrentes", afirmou Lula.
Dizendo-se "mais otimista do que nunca", Lula procurou propagandear aspectos positivos na economia, em um momento em que crescem críticas de imobilismo na área social. Citou a retomada de linhas de crédito internacionais às exportações como resultado da "seriedade" do governo.
O presidente declarou que conseguiu evitar a repetição da crise econômica argentina, ao contrário do que foi sugerido por seu ex-adversário José Serra (PSDB) na campanha.
"Havia quem dissesse que o Brasil poderia virar uma Argentina nos primeiros meses de governo. E nós estamos remando num rumo muito mais promissor do que muita gente acreditava."
Ele disse ainda que não tem pressa em assistir à melhora dos indicadores econômicos do país, exemplificando com o dólar. "O dólar cai devargazinho, mas é bom, porque, quanto mais devagar cair, mais sólida é a queda."
Falando de improviso, Lula adotou tom diferente do normalmente usado por alguns auxiliares ao tratar de ações do governo. Disse, por exemplo, que foi necessário que Antonio Palocci Filho [Fazenda] promovesse um "corte" de R$ 14 bilhões no Orçamento para equilibrar as contas, deixando de lado o eufemismo "contingenciamento de despesas", preferido no governo.

Ação no Congresso
O presidente disse que o Planalto atuou para eleger os presidentes da Câmara e do Senado, seus aliados, o que nunca havia sido reconhecido oficialmente. "Não foi fácil o trabalho que esse governo fez, sob a coordenação do José Dirceu [Casa Civil], para articular maioria no Congresso, para eleger os presidentes da Câmara, do Senado. São coisas que pareciam impossíveis em janeiro."
Lula previu que as reformas tributária e previdenciária chegarão ao Congresso no primeiro semestre, mas não estipulou data. E disse que não cederá a pressões para apressar o ritmo das reformas. "Temos pensado cada gesto, não temos trabalhado no afogadilho daqueles que querem nos apressar a tomar posição. Vamos trabalhar de acordo com o calendário estabelecido por nós."


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