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Cabral "se confunde" e chama Dilma de presidente no Rio
Governador se movimenta para tentar ser candidato a vice-presidente em 2010
"A ministra Dilma nesse momento merece o nosso apoio, nossa homenagem por tudo que tem feito em defesa do povo", disse ele
Rafael Andrade/Folha Imagem
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Cabral e Lula em Itaboraí (RJ), com imagem de Dilma ao fundo |
JANAINA LAGE
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi chamada ontem de presidente pelo
governador do Estado do Rio,
Sérgio Cabral Filho (PMDB),
durante a inauguração das
obras de terraplanagem do
Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), em
Itaboraí (cidade na região metropolitana do Rio). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) participava da cerimônia.
A declaração ocorreu durante discurso do governador. Cotada para concorrer à sucessão
presidencial pelo PT, a ministra acaba de ter seu nome envolvido na divulgação de um
dossiê -que ela denomina de
banco de dados- sobre gastos
dos governos do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) a partir de 1998.
Após chamar a ministra de
presidente, Cabral, disse ter se
confundido: "Esse Comperj
aqui tem a rubrica da presidente... da ministra Dilma. Já estou
confundindo as bolas. O PAC
de um modo geral tem as mãos
da ministra Dilma, a ministra
Dilma nesse momento merece
o nosso apoio, a nossa homenagem por tudo que tem feito em
defesa do povo brasileiro".
Conforme a Folha publicou
em 9 de março, Cabral tem se
movimentado nos bastidores
para tentar ser candidato a vice-presidente em 2010. Ele
tem tratado dessa hipótese
com quatro presidenciáveis:
além de Dilma, com o deputado
federal Ciro Gomes (PSB) e os
governadores tucanos José
Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
Pela manhã em Itaboraí, Dilma não discursou. À tarde, em
palanque no centro de Duque
de Caxias (na Baixada Fluminense), ela fez um pronunciamento de dez minutos para
cerca de mil pessoas, a respeito
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Como
ocorrera no Rio no início do
mês passado, Lula chamou a
ministra de "mãe do PAC".
No discurso, Dilma disse que
as obras na Baixada Fluminenses, orçadas em R$ 691 milhões, vão "levar água, dar qualidade de vida" e "permitir um
crescimento econômico que leve ao aumento de consumo".
"Queremos criar oportunidades, sobretudo de riqueza",
afirmou. A ministra não falou
com jornalistas. Ficou o tempo
todo ao lado de Lula, que a chamou para a frente do palanque.
Em Itaboraí, ladeada pelo
presidente da Petrobras, José
Sérgio Gabrielli, Dilma foi convidada a descerrar a placa de
início das obras. Antes disso,
Cabral, ao discursar, havia afirmado que gostaria de "fazer
justiça a quem merece". Disse
que Dilma comandava o PAC.
"Temos uma pessoa que
acredita no Brasil, que acredita
no desenvolvimento econômico e social do Brasil e que, com
sua visão, sua obstinação, com
seu amor ao povo brasileiro e
com um profundo conhecimento, algo absolutamente raro, que é ter sensibilidade política e conhecimento técnico,
está botando o Programa de
Aceleração do Crescimento em
prática", afirmou.
Se Cabral fez elogios diretos
a Dilma, Lula se limitou a citá-la nos cumprimentos. Em seu
discurso, ele preferiu se concentrar na necessidade de o
país aproveitar o momento favorável da economia, além de
destacar Cabral como parceiro
de realizações. "Quis Deus que
o Rio de Janeiro elegesse Sérgio Cabral (...). Porque antes, a
gente não tinha com quem
conversar no Rio, porque existia alguém aqui que achava que
ia disputar [a eleição de 2006]
comigo", disse em referência a
Anthony Garotinho, ex-governador e marido da antecessora
de Cabral, Rosinha Matheus.
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