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Cristãos devem apoiar Marina, diz evangélico
Líder religioso defende apoio à presidenciável do PV, a quem classifica como "a candidata mais indicada para nos representar"
Em visita a Pernambuco, Marina, que se converteu à Assembleia de Deus há 13 anos, afirma que não fará uso político da religião
BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A GARANHUNS (PE) E
BREJO DA MADRE DE DEUS (PE)
Saudada como "nossa irmã
Marina", a senadora Marina
Silva (PV-AC) selou ontem o
primeiro apoio de uma igreja
evangélica na corrida presidencial. Em visita a Garanhuns
(PE), ela foi recebida com festa
num colégio presbiteriano, onde se reuniu com 20 pastores e
fez um discurso de forte teor
religioso. Após o evento, o reverendo Silas Menezes, número
dois da hierarquia da igreja,
disse à Folha que os "cristãos
sérios" devem apoiar sua candidatura ao Planalto.
"Ela é a candidata mais indicada para nos representar. A
parte séria dos cristãos vai se
inclinar para Marina", afirmou
Menezes, vice-presidente do
Supremo Concílio presbiteriano. "Ela terá mais votos do que
as pesquisas dizem. Só precisa
se tornar mais conhecida."
"Não devemos declarar
apoio oficial, mas recomendamos que nossos fiéis olhem para os domésticos da fé", disse o
pastor Marcos André Marques.
Marina será convidada para
um encontro com a cúpula da
igreja nas próximas semanas.
Em 2002, a denominação
sustentou a candidatura presidencial do ex-governador do
Rio Anthony Garotinho, que é
presbiteriano. A igreja contabiliza 1 milhão de fiéis no país e
exerce forte influência sobre
outros ramos evangélicos.
Marina se converteu à Assembleia de Deus há 13 anos e é
a única evangélica na disputa
para suceder o presidente Lula.
O bispo católico de Garanhuns, dom Fernando Guimarães, também foi convidado para o ato de ontem. No entanto,
ele não discursou.
Marina reclamou de preconceito contra evangélicos: "Vejo
pessoas tentando associar fé
cristã a conservadorismo.
Quem quiser ser dogmático e
conservador não use a Bíblia
como referência. Quem quiser
ser machista ou discriminar,
que o faça por sua conta".
Em outras ocasiões, ela já se
queixou de uma suposta tentativa de rotulá-la como conservadora e defensora do criacionismo. Marina diverge do PV
em questões sensíveis aos
evangélicos, como descriminalização do aborto. Anteontem,
prometeu não fazer uso político da religião. "Não vou usar o
púlpito como palanque e não
vou satanizar ninguém. O amor
que Deus tem por mim, Ele
tem por Dilma, Serra e Ciro."
Na cidade natal de Lula, a senadora deixou de lado as críticas para elogiar o presidente.
"Quando vinha do aeroporto,
pensei: "Puxa vida, aqui nasceu
o menino Lula". Ele já foi uma
criancinha e virou presidente.
Para mim, é uma emoção muito grande estar aqui", discursou. À noite, Marina assistiu à
encenação da Paixão de Cristo
em Nova Jerusalém (PE).
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