São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Próximo Texto | Índice

PAINEL

De volta à lama
Ao saber que a defesa de Pitta irá insistir no fato de que a Câmara tinha a obrigação de instaurar uma CPI antes de acatar as denúncias da OAB contra o prefeito, sua tropa de choque entrou em polvorosa. A bancada governista teme ser envolvida nas investigações quando já se considerava fora do seu alvo.

Pressão municipal
Vereadores governistas pressionaram Pitta no fim-de-semana para que sua defesa desista de reabrir a tese de que seria necessária uma CPI antes de denunciar o prefeito. Pitta está irredutível. Para salvar a própria pele, afirma que vai seguir as orientações de seus advogados.

O pior dos mundos
Mesmo que a defesa de Pitta volte a bater na tecla de uma nova CPI municipal, é quase certo que não há clima político para levá-la a cabo. A avaliação mais realista é de que tanto o prefeito quanto os vereadores governistas irão se safar das denúncias.

Gente que lembra
O ex-banqueiro José Eduardo de Andrade Vieira tem dito, em rodas sociais, que em breve vai "se lembrar" do que foi feito com as sobras da campanha de FHC de 1994. Vieira até hoje não perdoa o presidente por ter ficado sem o Bamerindus.

Sinecura
Todas as análises técnicas no Planalto dizem que a extinção do Ministério do Turismo só traria benefícios. Tápias (Desenvolvimento) e Paulo Renato (Educação) adorariam. Mas a manutenção da pasta garante votos a FHC no Congresso.

No sereno
Enquanto passeia pela Europa, o deputado Carlos Melles (PFL-MG), cogitado para o Ministério do Turismo, tem sua vida política investigada com lupa por adversários e oposição.

Nada pessoal
Jader Barbalho (PMDB) enviou ofício à Mesa do Senado pedindo a retirada de uma pasta incluída inadvertidamente no dossiê que fez contra ACM. Continha acusações pessoais contra familiares do baiano.

Pimenta nos olhos
O Tribunal de Contas da Bahia aprovou as contas de 1999 do governador César Borges (PFL), afilhado de ACM, com uma restrição: os gastos com publicidade, que cresceram 60%, enquanto as receitas estaduais caíram 17%.

Longe de Tápias
FHC está empenhado pessoalmente em recuperar o passe de Andrea Calabi para o governo. Uma das opções é o Banco do Brasil, onde Calabi deixou o amigo Paolo Zaghen quando foi escolhido para o BNDES.

Batendo o pé
Esbarrou em Itamar Franco o acordo de técnicos do seu governo e da CEF para a criação de um fundo de previdência para os servidores. Ele não aceita a idéia de privatização parcial da companhia estadual de águas.

Passeio postal
Olívio Dutra (RS) diz que o Mercosul fez mais pelos exportadores do que pelas pessoas. Exemplo: uma carta postada em Santana do Livramento (RS) leva 20 dias, passando por Porto Alegre e Montevidéu, até chegar em Rivera (Uruguai). As duas cidades são vizinhas.

Hora do perdão
Miguel Arraes decidiu que o PSB pernambucano vai apoiar o deputado petista João Paulo nas eleições municipais. Detalhe: o deputado do PT foi um dos maiores adversários da administração Arraes.

Frente ampla
Eleito por uma frente de oito partidos, o petista Jorge Viana (AC) quer repetir a dose na eleição municipal de Rio Branco. Seu candidato é Raimundo Angelim, homem forte do governo Edmundo Pinto (PPB).

Dada a largada
Saiu a primeira punição por propaganda ilegal. A Justiça paulista tirou do ar uma rádio de Bragança Paulista que fazia campanha para o ex-prefeito Jesus Adib Chedid (PFL).

TIROTEIO

De José Eli Veiga, professor da USP e ex-diretor do Incra em São Paulo, sobre a anunciada descentralização da reforma agrária pelo governo federal:
-Não está havendo uma reforma agrária de verdade. Há, sim, uma política de assentamento, cuja descentralização é positiva, porém tardia.

CONTRAPONTO

Amizade automática



No ano passado, ainda ministro da Justiça, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) teve um sério desentendimento com o governador paulista Mário Covas (PSDB). Calheiros acusou o filho de Covas de tentar influenciar uma concorrência para confecção de passaportes e, por isso, está sendo processado, acusado de praticar calúnia.
Covas trabalhou pela demissão de Calheiros. Depois desses episódios, os dois nunca mais voltaram a se falar.
Em razão disso, o senador alagoano estranhou quando recebeu, semanas atrás, um telegrama de Covas, desejando feliz aniversário a sua mulher, Verônica. O ex-ministro chegou a pensar que o gesto seria um sinal de trégua.
Por precaução, pediu a seus assessores que investigassem. Descobriram que o telegrama fazia parte de uma série de postais enviados automaticamente pelo gabinete do governador.
- Pois está tudo explicado, desabafou Calheiros.
A inimizade continua.


Próximo Texto: Questão agrária: CNBB elogia ação do MST "contra o neoliberalismo"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.