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OPERAÇÃO CONDOR
Parentes já admitem hipótese de assassinato
Família de Goulart pede ajuda para Argentina apurar morte
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha,
em Porto Alegre
A família do presidente João
Goulart decidiu, após dois dias de
reunião, reivindicar ao governo
brasileiro que peça à Argentina
uma "investigação profunda" sobre a morte de Jango, ocorrida
em 6 de dezembro de 1976, em
Mercedes.
O pedido da família deverá ser
formalizado ao governo brasileiro por meio de uma comissão suprapartidária do Congresso.
O filho de Jango, João Vicente
Goulart, 43, disse ontem à Agência Folha que sua mãe, Maria Tereza Goulart, "agora já admite" a
hipótese de o marido ter sido assassinado e não ter morrido de
um ataque do coração, como
sempre acreditou.
O ex-presidente morreu em sua
fazenda, na companhia da mulher. Seu corpo não sofreu necropsia. "A mãe não foi autorizada a chegar muito perto do caixão", disse João Vicente.
Segundo João Vicente, Jango
foi procurado por um comando
da Operação Condor, em seu escritório em Buenos Aires, dias
antes de sua morte, mas não foi
encontrado. Esse é um dos motivos que o levam a considerar que
a morte de seu pai -deposto pelos militares brasileiros em
1964- ocorreu em "condições
altamente suspeitas".
A Operação Condor foi uma associação repressiva desencadeada, nos anos 70 e 80, pelos governos de Brasil, Argentina, Chile,
Uruguai e Paraguai.
Em março passado, o Supremo
Tribunal Federal atendeu pedido
de um juiz de Buenos Aires para
obter dados sobre desaparecidos
argentinos no Brasil.
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