São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2000


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OPERAÇÃO CONDOR

Parentes já admitem hipótese de assassinato

Família de Goulart pede ajuda para Argentina apurar morte

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha,
em Porto Alegre

A família do presidente João Goulart decidiu, após dois dias de reunião, reivindicar ao governo brasileiro que peça à Argentina uma "investigação profunda" sobre a morte de Jango, ocorrida em 6 de dezembro de 1976, em Mercedes.
O pedido da família deverá ser formalizado ao governo brasileiro por meio de uma comissão suprapartidária do Congresso.
O filho de Jango, João Vicente Goulart, 43, disse ontem à Agência Folha que sua mãe, Maria Tereza Goulart, "agora já admite" a hipótese de o marido ter sido assassinado e não ter morrido de um ataque do coração, como sempre acreditou.
O ex-presidente morreu em sua fazenda, na companhia da mulher. Seu corpo não sofreu necropsia. "A mãe não foi autorizada a chegar muito perto do caixão", disse João Vicente.
Segundo João Vicente, Jango foi procurado por um comando da Operação Condor, em seu escritório em Buenos Aires, dias antes de sua morte, mas não foi encontrado. Esse é um dos motivos que o levam a considerar que a morte de seu pai -deposto pelos militares brasileiros em 1964- ocorreu em "condições altamente suspeitas".
A Operação Condor foi uma associação repressiva desencadeada, nos anos 70 e 80, pelos governos de Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai.
Em março passado, o Supremo Tribunal Federal atendeu pedido de um juiz de Buenos Aires para obter dados sobre desaparecidos argentinos no Brasil.


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