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Investigado novo contrato da GTech
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal vai
investigar um contrato entre a
Embratel e a GTech do Brasil,
multinacional que administra o
sistema lotérico do país, firmado
em 2000 em Minas Gerais. Uma
das cláusulas impediria a Embratel de prestar serviço à Caixa Econômica Federal, e isso prejudicaria o sistema de concorrência.
O Ministério Público também
iniciou procedimento para investigar a conduta da juíza Maisa
Giudice, da 17ª Vara Federal de
Brasília, por ter concedido "diversas" liminares à GTech, segundo a
procuradora da República Raquel
Branquinho.
Nesta investigação, também será verificado se a GTech usou de
má-fé nos sucessivos pedidos de
liminar contra a Caixa, os quais
impedem hoje o banco de realizar
licitação para retirar das mãos da
multinacional o gerenciamento
do sistema lotérico do país.
As novas investigações do Ministério Público são ramificações
de uma ação civil pública de improbidade administrativa. Branquinho entrou com a ação anteontem, apontando como responsáveis três ex-presidentes e 14
ex-dirigentes da Caixa e dois ex-executivos da GTech do Brasil.
Ex-diretor da Caixa, o assessor
da Casa Civil Adelmar de Miranda Torres também consta entre os
acusados. Supostas falhas cometidas por ele já foram indicadas em
auditoria interna realizada pela
própria Caixa em março.
Segundo a procuradora, há indícios de oito irregularidades no
contrato em vigência desde 1994.
Na ação, Branquinho relacionou
"omissões e ações" até 2002, excluindo do processo o último presidente da Caixa na gestão Fernando Henrique Cardoso, Valderi Albuquerque, e o atual presidente, Jorge Mattoso.
De acordo com Branquinho, a
ação é apenas um primeiro movimento de análise do contrato.
Não foi encontrado, até agora, indícios de ação de Albuquerque,
uma vez que ele encontrou os termos do contrato consolidados.
A Procuradoria, entretanto,
continua solicitando informações
da Caixa e da GTech sobre a última renovação do contrato, ocorrida em abril do ano passado por
um prazo de 25 meses. O mais importante, relata Branquinho, é verificar se o banco tem realizado
esforços para superar a dependência em relação à GTech.
O contrato atual serviu de base
para uma denúncia do procurador Marcelo Serra Azul. Segundo
ele, a atual diretoria da Caixa praticou gestão temerária e corrupção durante as negociações com a
GTech. Depoimentos apontam
que Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares
da Casa Civil, teria exigido a contratação de Rogério Buratti como
consultor para que o contrato
Caixa-GTech fosse mantido.
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