São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Prestação de contas

Diante do fracasso da aliança de seu partido com o PT em São Paulo, o presidente do PMDB, Michel Temer, fez ontem para Lula uma espécie de inventário das conversas entre as duas siglas. O PMDB pode apoiar o PT em até nove capitais, enquanto a recíproca é verdadeira, por ora, apenas em Goiânia.
Trata-se de uma vacina de Temer contra o surto de queixas do PT em relação ao maior partido aliado, na esteira da união Quércia-Kassab. De quebra, o deputado espera se imunizar contra a possibilidade de os petistas decidirem dar o troco na eleição da Câmara em fevereiro próximo, quando, por acordo, ele deveria suceder Arlindo Chinaglia (PT-SP) na presidência.



Mais pra lá... Da lista de nove capitais onde o PMDB diz ser possível apoiar o PT constam Curitiba, Maceió e Porto Velho. Nas duas primeiras, o acordo ainda engatinha. Na última, o líder no Senado, Valdir Raupp, de fato trabalha para que o partido vá com o petista Roberto Sobrinho, mas existem peemedebistas jogando em outro time.

... do que pra cá. Em Belém, outra capital incluída no rol das alianças viáveis, o PT veta a união com José Priante, que seria retribuição ao apoio dado em 2006 à eleição da governadora Ana Júlia. Paciente, Jader Barbalho admite apoiar de novo uma chapa encabeçada pelo PT.

Veja bem. Orestes Quércia (PMDB) ligou ao correligionário Geddel Vieira Lima para se explicar: ao declarar que o baiano havia sido indicado ministro pelo governador Jaques Wagner, quis dizer que Geddel, originalmente indicado pela bancada peemedebista, foi depois "usado" pelo PT.

Inviável. Apesar dos esforços do ministro José Múcio (Relações Institucionais), a cúpula do PTB não vê chance de o partido apoiar Marta Suplicy (PT) em São Paulo.

Recordação. Do líder do PSDB na Câmara Municipal paulistana, Gilberto Natalini, em reunião na qual os alckmistas impuseram o pré-lançamento da candidatura do ex-governador: "O que é que eu vou fazer com as fotos que tirei do lado do Kassab?"

Seletivo. Lula foi informado durante o almoço com os governadores do Nordeste de que o Brasil acabara de receber o tão sonhado "investment grade". O presidente fez questão de dar a boa nova imediatamente aos comensais. Mas nada falou a respeito do aumento dos combustíveis no evento em Maceió.

De lado. Apesar da promessa de alguns dirigentes, o fim do fator previdenciário -algo de que o governo não quer nem ouvir falar- ficou fora da pauta oficial das principais centrais sindicais neste 1º de Maio. O tema maior dos eventos hoje será mesmo a redução da jornada de trabalho.

Olá e até. Quem conhece Gilberto Kassab (DEM) aposta que sua aparição no 1º de Maio da CUT será simpática porém rápida. O prefeito mantém boas relações com a direção da central em São Paulo, mas não vai se arriscar a uma exposição demorada diante de um público predominantemente petista.

Palanque. O ministro da Previdência, Luiz Marinho, dividirá seu tempo hoje entre as manifestações da CUT em São Paulo e São Bernardo do Campo, onde é pré-candidato do PT à prefeitura.

Alternativo. Ao lado da Conlutas e da Intersindical, o PSOL fará seu 1º de Maio na praça da Sé sem sorteios nem estrelas da música. O tema será: "Dia de Lutas e de Luto".

Barulho. Movimentos sociais preparam protesto em frente ao Banco Central, em 18 de junho, contra o recente aumento dos juros. Depois, os manifestantes pretendem ir até o Congresso para um ato de solidariedade a Cuba.

Tiroteio

Agora só falta o ministro dizer que a culpa pela inflação é da "gasolinazinha" que o povo insiste em usar, assim como insiste em comer seu "feijãozinho".

Do deputado PAULO BORNHAUSEN (DEM-SC) sobre Guido Mantega (Fazenda), que atribuiu o aumento da inflação ao "feijãozinho que todo mundo come".

Contraponto

Prioridades

O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) desembarcou na quinta-feira da semana passada no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, carregando uma mochila nas costas e uma mala pesada em uma das mãos.
Ainda no saguão, encontrou-se com o colega de Câmara Sandro Mabel (PR-GO), que é relator da reforma tributária na comissão especial criada para cuidar do tema.
-Quer ajuda?-, ofereceu Mabel.
Um tanto apressado, Nogueira recusou o auxílio, mas fez graça com a nova tarefa do colega:
-Olha, Sandro, eu sei que seu papel agora é reduzir carga, mas prefiro que você se concentre na tributária...


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