São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007

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"Quero absolvê-lo", diz Tuma sobre peemedebista

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), afirmou ontem que quer absolver o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para evitar surpresas, ele quer se certificar da autenticidade dos documentos apresentados em defesa de Renan, além de ouvir o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, que fez pagamentos de despesas pessoais de Renan a seu pedido.
"Eu não quero condená-lo, quero absolvê-lo, mas quero ter certeza de que ele não vai ser pego na primeira esquina", disse Tuma. O advogado Eduardo Ferrão entregou anteontem a movimentação bancária de Renan a Tuma. O objetivo é provar que o dinheiro entregue por Gontijo à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha, era dele.
O presidente do Conselho de Ética, senador Sibá Machado (PT-AC), devolveu ontem à Mesa Diretora a representação feita pelo PSOL contra Renan por indícios de quebra de decoro. O documento foi protocolado no conselho, e não na Mesa, como manda o regimento.
Na seqüência, o presidente do Senado enviou a representação para o conselho. "Acabo de despachar a representação do PSOL para o conselho para que não percamos tempo com isso."
A secretaria-geral afirma que o despacho do presidente da Casa tem de ser ratificado pela assinatura da maioria dos integrantes da Mesa, que é composta por outros sete senadores.
Na próxima quarta, o conselho deve decidir se abre processo contra Renan.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, disse ontem que não investiga Renan por nenhuma das duas suspeitas que pairam contra ele: de pagamento de despesas pessoais por lobista da Mendes Júnior e de envolvimento na Operação Navalha. Ele afirmou que prepara a denúncia criminal da operação e descartou a existência "até o momento" de indícios contra senadores, deputados e ministros de Estado.
Para o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), Renan deveria ser afastado da presidência do Senado. "Se eu fosse japonês talvez propusesse suicídio, mas como nesse ponto sou um europeu acredito que deve se afastar até as investigações serem concluídas."


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