São Paulo, sábado, 01 de julho de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

PT prevê disputa acirrada com Alckmin e 2º turno

Tarso Genro diz que pesquisa Datafolha ajuda a combater "salto alto" na campanha

Candidato tucano diz ter ficado surpreso com seu desempenho nas pesquisas; Lula avalia que mês de junho foi da oposição


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PARINTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao comentar o resultado da última pesquisa Datafolha, que apontou crescimento do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse ontem que é uma "avaliação arrogante" trabalhar com a certeza de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno.
Levantamento do Datafolha publicado ontem mostrou crescimento de Alckmin de 22% para 29% entre os finais de maio e junho. Nesse período, Lula oscilou de 45% para 46%. Pesquisa do Vox Populi, feita antes da do Datafolha, mas divulgada somente ontem, também mostrou queda da distância entre os dois candidatos (leia texto nesta página).
Apesar de citar a hipótese de segundo turno, Berzoini afirmou que a pesquisa Datafolha não causou preocupação entre os petistas. "Assim como nós não nos entusiasmamos com as pesquisas anteriores, não nos assustamos com a atual", disse.
Jilmar Tatto, que participa da coordenação da campanha petista, foi mais direto. "O mote é o seguinte: a eleição não está ganha, vai ser difícil, vai ter primeiro e segundo turno e nós precisamos mobilizar a militância e a base social do PT." Tatto afirmou ainda que o ex-presidente da CUT João Felício foi escolhido como coordenador dos movimentos sociais na campanha.

Surpresa
Alckmin, que ontem esteve no festival folclórico de Parintins (AM), disse ter ficado surpreso com seu desempenho nas pesquisas.
"Recebi, hoje cedo, os resultados das últimas pesquisas de opinião pública com muita humildade e surpresa, pois esperava chegar à véspera do horário eleitoral gratuito na faixa dos 20%, o que já é um percentual expressivo para quem é candidato à Presidência pela primeira vez e pouco conhecido na maioria dos Estados brasileiros", disse Alckmin, em nota divulgada por sua assessoria de imprensa.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a Folha apurou, disse a assessores que junho foi o mês da oposição -o período foi marcado por críticas ao governo petista em programas de TV do PSDB, do PFL e do PPS. Este último partido apóia Alckmin informalmente.
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que a pesquisa Datafolha foi "boa" para a campanha de Lula, pois "coloca a realidade da disputa". "Salto alto faz muito mal em eleição", afirmou. "É uma pesquisa que foi feita depois de um bombardeio dos programas do PFL e do PSDB, das inserções na televisão", ponderou.
Alckmin também se referiu ao "salto alto" da campanha adversária: "Enquanto nossos adversários caminham com salto 15, continuaremos usando as sandálias da humildade".


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