Teto estimado pelo prefeito é de R$ 30 mi, o dobro do declarado por José Serra em 2004

Arrecadador do candidato do DEM será o secretário de Relações Internacionais Alfredo Cutait, que se licenciará na segunda-feira

Carol Guedes/Folha Imagem

Gilberto Kassab (DEM) e José Serra (PSDB), em obra em SP

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) fixou em R$ 30 milhões a estimativa de gastos da campanha à reeleição. São R$ 5 milhões a mais dos que os principais adversários.
Esse teto corresponde também ao dobro das despesas declaradas pelo comitê de José Serra (PSDB) em 2004: R$ 14,8 milhões. Serra venceu a corrida municipal no segundo turno.
Para a arrecadação, o escalado é o secretário de Relações Internacionais, Alfredo Cutait, que se licenciará segunda-feira.
Empresário e vice-presidente da associação comercial, o tesoureiro da campanha do prefeito frisa que esses R$ 30 milhões "são apenas teto".
Já o PT definiu um teto de R$ 25 milhões. Em 2004, a então prefeita Marta Suplicy (PT) previu R$ 15 milhões para a disputa. Mas pediu autorização para aumento de gastos, que chegaram a R$ 16,7 milhões.
Ontem, comitê de Geraldo Alckmin (PSDB) também fixou em R$ 25 milhões seu teto.
"É um número realista", disse o coordenador de campanha do PSDB, Edson Aparecido.
Todo candidato é obrigado a registrar uma previsão de gastos. A ampliação só pode acontecer em caso de imprevisto.

Carona
Ontem, diante de um público composto por cabos eleitorais do vereador Milton Leite (DEM), Kassab pegou, literalmente, carona com Serra. Foi na solenidade para o início das obras do programa de recuperação de mananciais, uma parceria de R$ 1,22 bilhão, incluindo Estado e município.
Após os discursos, em que enalteceram sua união, o governador operou uma retro-escavadeira. Na garupa, Kassab.
No palanque e fora dele, Serra disse que essa parceria "nunca foi tão estreita". "Estamos trabalhando, gastando juntos. Coisa que nunca tinha acontecido na história de São Paulo, nessa escala, na área de recuperação dos mananciais. É para valer. [...] Vai continuar sendo, se Deus quiser, no futuro."
Kassab, por sua vez, abriu sua intervenção pedindo palmas para Serra. Em entrevista, disse que usará imagens do governador na campanha. "Evidente que terei as imagens e ações em conjunto do Serra comigo."
Repetindo que Marta preferiu coqueiros a postos de saúde, Kassab também deixou claro que exibirá cenas do que chama de cidade falida, deixada pela petista, mas sem poupar Alckmin. "As pessoas não podem esquecer que já ocuparam cargo de prefeito ou outros que já ocuparam cargo de governador", disse Kassab.
Serra reagiu às críticas de Marta, segundo a qual seu desempenho na prefeitura foi aquém do alardeado. "Sou candidato a governar São Paulo. Ela é candidata à prefeitura. Já fui candidato em 2004. Ela perdeu. Que ela discuta com outros candidatos. Não comigo."
Para o evento, Leite levou ônibus saídos de diferentes pontos da Zona Sul ao Sítio Arizona, às margens da represa Guarapiranga. "Nem sei quantos foram", disse Leite.
Com camisas de campanha, gritavam: "Um, dois , três, Kassab outra vez".


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