São Paulo, quarta-feira, 01 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Meu pai não é apegado a cargo", afirma Roseana

Governadora diz que Sarney está sendo "injustiçado" e deve pensar na "situação política dele"

Ela diz ter ficado surpresa com a decisão do DEM de pedir o afastamento do senador, mas que "político é acostumado com pressão"

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), falou ontem abertamente sobre a possibilidade de seu pai, José Sarney (PMDB-AP), se afastar da presidência do Senado. "O meu pai não é apegado a cargo. Nunca foi", disse, em entrevista à Folha por telefone.
"Se ele achar necessário sair, ele sai. Não vai fazer nenhuma diferença para ele", disse.
Roseana contou que ficou surpresa com a decisão do DEM de pedir que Sarney peça licença. Na eleição para presidente do Senado em fevereiro, o partido apoiou o peemedebista contra a candidatura de Tião Viana (PT-AC).
A governadora afirmou ainda que o pai está sendo "injustiçado" porque já fez reformas na Casa. Licenciada do governo do Maranhão porque se recupera de sua 21ª cirurgia, Roseana tem ficado próxima ao pai nos últimos dias.

 

FOLHA - A senhora acha que o presidente Sarney tem de se afastar?
ROSEANA SARNEY
- A decisão dele terá o nosso apoio.

FOLHA - O fato de o DEM defender o afastamento surpreendeu?
ROSEANA
- De alguma forma, surpreende sim.

FOLHA - Porque o DEM sempre foi um aliado?
ROSEANA
- Ele foi um aliado na eleição da Mesa.

FOLHA - O presidente estuda se afastar?
ROSEANA
- Todo mundo que assume um cargo pode querer se afastar ou não. Tudo pode acontecer, mas ele está tranquilo.

FOLHA - A senhora acha que esse momento chegou?
ROSEANA
- Acho que o presidente tem de pensar um pouco agora na situação política dele e não ficar resguardando a instituição, já que ninguém quer que seja resguardada.

FOLHA - Ele não está conseguindo.
ROSEANA
- O meu pai não é apegado a cargo. Nunca foi. Acho até que ele está conseguindo muita coisa. Mais até do que qualquer um esperava. Acho que ele está sendo injustiçado.

FOLHA - Ele se queixou da pressão?
ROSEANA
- Político é acostumado com pressão.

FOLHA - O que a senhora quer dizer quando afirma que o presidente não tem apego ao cargo?
ROSEANA
- Que se ele achar necessário sair, ele sai. Não vai fazer nenhuma diferença para ele.

FOLHA - Ele já comentou isso com a senhora? Ele se arrepende de ter disputado a presidência?
ROSEANA
- No começo, ele não queria, mas todos os senadores do PMDB pediram.

FOLHA - E, na época, o DEM também?
ROSEANA
- Sim, [os senadores] do PMDB, do DEM...

FOLHA - Esse pedido de afastamento do DEM pode ser considerada uma traição?
ROSEANA
- Acho que não pode ser considerado traição, não. As coisas são assim, né?

FOLHA - Assim como, governadora?
ROSEANA
- As coisas têm um ciclo. Eu não entendi muito.

FOLHA - A senhora avalia que ele errou ao afirmar que estava sendo perseguido por apoiar o presidente Lula?
ROSEANA
- Ah, eu não sei. Eu não vi aquela nota.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.