São Paulo, Quinta-feira, 01 de Julho de 1999
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DEPOIS DA CÚPULA
Líder cubano vai a quatro eventos no Rio
Fidel Castro passa "dia de candidato"

Patrícia Santos/Folha Imagem
Fidel e Oscar Niemeyer (esq.), em exposição sobre Cuba no MAC


da Sucursal do Rio

free-lance para a Folha

O presidente de Cuba, Fidel Castro, 72, cumpriu ontem no Rio um programa digno de um candidato eleitoral.
Depois de dormir apenas duas horas, discursou numa favela (39 minutos), num museu (16 minutos) e num almoço com 22 empresários (40 minutos). À noite, faria uma palestra para estudantes da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) que ele previa durar horas, sobre "Globalização como causa de exclusão social".
Hoje, antes de seguir para Havana, o líder cubano fará escala em Belo Horizonte, onde irá a um congresso da União Nacional dos Estudantes e talvez se encontre com o governador Itamar Franco (PMDB).
Fidel foi dormir às 5h de ontem, após conversar das 22h30 às 3h35 com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em reunião para a qual garçons levaram vários copos de rum.
Entre o fim da cúpula entre América Latina, Caribe e União Européia, anteontem à tarde, e a conversa com Chávez, Fidel Castro deu três entrevistas -de uma hora e 45 minutos, 40 minutos e 15 minutos.
No almoço com empresários, conversou com Benjamin Steinbruch (Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica Nacional). Brincando, falou que se interessava por ações da Vale. ""Eu disse-lhe que, se comprasse ações, ganharia muito dinheiro", contou Steinbruch.
Fidel convidou empresários para aplicar em Cuba e teve a confirmação de que a fabricante de cigarros Souza Cruz estuda elevar o investimento (US$ 25 milhões) que já tem na ilha.
Líder há 40 anos de um regime de partido único no qual inexistem eleições livres, o comunista Fidel discursou ontem como se estivesse chegando a Havana em janeiro de 1959, quando a revolução triunfou.
No morro do Palácio, em Niterói, inaugurou um posto do programa ""Médico de Família", orientado por cubanos.
À frente de um painel com foto sua, ladeado pelo irmão Raúl e o argentino Che Guevara, repetiu três vezes o mote histórico ""Venceremos" ao falar no Museu de Arte Contemporânea, em Niterói. (MÁRIO MAGALHÃES e RONALDO SOARES)


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